Mortes em Tamandaré são lembradas em painel

Integrantes do Movimento dos Amigos e Familiares das Mulheres Mortas de Almirante Tamandaré e Rio Branco do Sul montaram um painel, ontem, na Boca Maldita, em Curitiba, com recortes de jornais e fotos das vítimas, para evitar que a população esqueça dos casos.

Segundo o advogado criminalista e coordenador do movimento, Carlos de Paula, as pessoas não podem apagar da memória os casos e, junto com os familiares das vítimas, devem lutar e exigir que os responsáveis pelos crimes sejam encontrados e punidos. “O painel tem a intenção de reavivar a memória das pessoas e sensibilizá-las sobre a situação dos municípios de Almirante Tamandaré e Rio Branco do Sul”, afirma.

Desde agosto de 1999, 22 mulheres foram mortas em Almirante e Rio Branco. Apenas dois casos foram elucidados. “Vinte casos ainda estão pendentes, deixando as famílias das mulheres desaparecidas ainda mais angustiadas e a população dos dois municípios amedrontada”, diz. “Precisamos de respostas rápidas e soluções antes que novas vítimas possam ser feitas.”

Carlos reclama que as polícias estão desestruturadas e acredita que falta vontade política para resolver os casos. Ele também se queixa da falta de estrutura da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da morosidade no andamento dos inquéritos. “Atualmente, existem ossadas que foram encontradas e ainda não identificadas, assim como um corpo. Tudo acontece de forma muito lenta”, reclama.

No primeiro dia de mandato do governador eleito Roberto Requião, os integrantes do movimento pretendem entregar a ele e a deputados estaduais um documento pedindo a instalação de uma CPI para apurar os casos de mulheres mortas nos dois municípios.

Parentes

A dona de casa Elvira da Silva Rosa, de 59 anos, mãe de Maria Isabel da Rosa que desapareceu em 23 de outubro de 1999 e teve seu corpo encontrado três dias depois, era uma das presentes. Ainda morando em Tamandaré, ela diz que quer ver os assassinos de sua filha atrás das grades. “A violência continua grande na cidade, mas tenho fé de que esses bandidos serão presos”.

Voltar ao topo