Morre suposta vítima de aranha

A arquiteta Marilu Leonardelli Guavaski, de 29 anos, morreu às 22h da última sexta-feira, no Hospital Evangélico de Curitiba, onde estava internada na UTI desde o último dia 31. De acordo com seu noivo, o analista de sistemas Sandro Stadler, ela deu entrada no hospital após profissionais da Unidade de Saúde Boa Vista, mantida pela Prefeitura, terem detectado picada de aranha marrom.

No último dia 6, em reportagem publicada por O Estado, médicos do Evangélico disseram que Marilu havia sido vítima de síndrome de choque tóxico (uma infecção grave com comprometimento de vários órgãos), que pode não ter sido provocada pela aranha. A doença é considerada rara e passível de diagnóstico apenas em estado avançado.

De acordo com a família, Marilu morreu porque teve o início de seu tratamento retardado devido à uma sucessão de erros de diagnóstico em órgãos públicos. “No dia 27, no Hospital Cajuru, os médicos diagnosticaram que ela estaria com uma virose. No dia 28, no posto de saúde da Praça Ouvidor Pardinho a ferida que ela tinha na parte posterior da coxa direita foi identificada como pêlo encravado. No dia 29, a própria Marilu suspeitou que havia sido picada por aranha marrom e na manhã seguinte foi levada à Unidade de Saúde Boa Vista, onde a suspeita foi confirmada. No mesmo dia, no posto de saúde de Campo Comprido, foi reconhecido que o caso era grave e se providenciou o encaminhamento para o Evangélico”, disse o noivo, o analista de sistemas Sandro Stadler.

A assessoria de imprensa do Hospital Cajuru informou que, ao chegar, Marilu apresentava queixa de vômito e febre iniciados no dia anterior, após ter ido a uma festa. Foram realizados vários exames, entre eles um hemograma (exame de sangue que poderia detectar infecções e a sua gravidade). Segundo a assessoria, o resultado não apontou alterações significativas, ou qualquer sinal de infecção grave. Ela foi liberada com prescrição de medicamentos para febre e náuseas e encaminhada para acompanhamento em uma unidade de saúde.

Sandro conta que, após constatada a morte da noiva, foi à Delegacia de Homicídios para formalizar denúncia de negligência médica contra os órgãos públicos que, conforme ele, “não diagnosticaram corretamente o problema que acabou resultando na morte da Marilu”. Na tarde de ontem, O Estado procurou a Prefeitura, mas não obteve resposta.

Na UTI do Hospital Evangélico, funcionários se recusaram a confirmar as causas reais da morte de Marilu e informaram que o corpo da arquiteta havia sido levado ao Instituto Médico Legal (IML). Ao ligar para o IML, a reportagem ouviu da atendente que o médico responsável pela necrópsia não estava presente para dar maiores informações.

O corpo da arquiteta será enterrado hoje, às 9h, no Cemitério da Água Verde, em Curitiba.

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