Morre aos 80 anos o jornalista Abdo Aref Kudri

Morreu ontem, aos 80 anos, de parada cardíaca, o jornalista e advogado Abdo Aref Kudri, fundador do jornal Diário Popular e presidente do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado do Paraná.

Ele estava internado no Hospital Santa Cruz, em Curitiba, para tratamento de uma pneumonia. O corpo foi velado na Assembleia Legislativa do Paraná e o enterro ocorreu, às 10h, no Cemitério Municipal São Francisco de Paula. O presidente do GPP, Paulo Pimentel esteve presente no sepultamento e lamentou a perda do amigo.

Nascido no dia 5 de novembro de 1928, a vida profissional de Kudri se confunde com sua trajetória pessoal. Homem da imprensa, fundou no dia 4 de março de 1963 o jornal Diário Popular, que criou tradição ao publicar a edição especial dos Melhores do Ano, para homenagear as lideranças que mais se destacaram em diversos segmentos, e a premiação Chuteira de Ouro, que anualmente contempla os melhores atletas do futebol paranaense.

Desde o início, Kudri esteve à frente da empresa e passou com bravura por momentos históricos do País, como a época da ditadura. O jornalista não se intimidava com a censura e com pressões políticas. Defendia a qualidade das informações e publicava na íntegra o material feito por sua equipe.

A história de Kudri está no livro Abdo Aref Kudri – 50 anos de jornalismo, escrito pelo jornalista Gilberto Namur. Uma das últimas aparições públicas de Kudri aconteceu no dia 5 de maio deste ano, quando foi homenageado pela Câmara Municipal de Curitiba pelo Dia da Comunicação, em uma cerimônia no Palácio Rio Branco.

O diretor-presidente da Editora O Estado do Paraná, Paulo Pimentel, diz estar muito triste com a perda de um grande amigo. “Kudri era um companheiro fiel, um líder exemplar e um jornalista batalhador. Graças ao seu espírito pacificador não deixava que houvesse atritos entre os proprietários de jornais. Era como se ele liderasse a classe como algodão entre os cristais. Lamento muito a morte desse meu grande amigo”, afirma.

O governador do Estado, Roberto Requião, decretou luto oficial por três dias pela morte de Kudri. “O Abdo morreu e para nós, seus amigos, deixa uma grande saudade. Decretei três dias de luto oficial no Paraná em função da morte desse grande jornalista e desse amigo querido”, justifica.

Para o prefeito de Curitiba, Beto Richa, Kudri foi um dos personagens mais representativos da imprensa paranaense nos últimos 50 anos. “Abdo Aref Kudri foi um defensor incansável dos interesses paranaenses e da cidade de Curitiba; da democracia, no seu nível mais elevado; e da liberdade de imprensa como instrumento de avanço nas instituições nacionais”, acredita.

As filhas de Kudri, Soraya Rosana Torres Kudri e Cristina Kudri Sobania, emocionadas, relembram a história do pai. “Ele era um exemplo para nós. Um pai maravilhoso e um jornalista que sempre lutou pela classe. A seriedade e a honestidade são seus grandes legados como pessoa e como jornalista”, define Soraya.

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