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Moradores tomam medidas contra marginais

Uma solução um tanto inusitada foi encontrada por moradores das ruas Valério Haisi e Pádova, que há anos vinham se sentindo ameaçados em função de uma obra abandonada na esquina entre as vias. Eles resolveram obstruir a entrada de acesso ao sobrado inacabado, prolongando o muro ao redor da obra com tijolos e formando uma verdadeira “muralha”. A atitude extrema aconteceu após dois arrombamentos neste mês.

Ainda sob os efeitos do medo que se alastrou na região, nenhum morador quis ser identificado, mas todos confirmaram o histórico de abusos cometidos pelos “frequentadores” da obra. De acordo com a vizinhança, a construção está abandonada há pelo menos oito anos. A Secretaria Municipal do Urbanismo (SMU) confirma que há várias reclamações registradas pelo telefone 156 e informa que, em 2011, foi aberto um processo pelo abandono do local contra o proprietário do imóvel, mas a notificação não foi efetuada até agora, porque a pessoa sumiu. Por isso, a secretaria não reprova a decisão do moradores de lacrarem o imóvel. Segundo a prefeitura, agora, para retirar o muro, o proprietário vai precisar aparecer e conseguir na Justiça esse direito.

“Pagamos do próprio bolso pelo material de construção e pela mão de obra para erguer a muralha”, explica uma moradora. “Virou o endereço do consumo de drogas, sexo e, de um ano para cá, de bandido interessado em observar os hábitos de cada morador para depois invadir”, denuncia outro morador. No primeiro arrombamento deste mês, foram levados um carro e vários aparelhos de TV que tinham sido comprados recentemente. As testemunhas disseram que o crime ocorreu por volta das 10h, porém, como os moradores trabalhavam o dia todo, só descobriram o que tinha sucedido na casa depois das 19h.

O segundo crime ocorreu durante a madrugada do dia seguinte ao assalto na casa. Foi na loja de conveniência do Clube Mercês. Levaram chocolates, bebidas alcoólicas e salgadinhos. Os moradores chamaram a polícia e orientaram sobre o local suspeito. Chegando lá, eles encontraram parte dos produtos furtados na mochila de um dos três envolvidos. Dois deles são irmãos, o maior de idade foi preso e o menor liberado com o pai, assim como o terceiro integrante.

Os homens da 4ª Companhia do 12º Batalhão de Polícia Militar (BPM), que atenderam as duas ocorrências, tentaram comprovar a relação entre os dois crimes nas investigações, mas não conseguiram nenhuma prova. “Não encontramos vestígios do primeiro assalto na obra. E o primeiro assalto tem um perfil de quadrilha, diferente do segundo, que envolveu menos elaboração”, aponta o sargento Admir José da Luz.

Felipe Rosa
Admir: importante registrar ocorrências.

União de forças

O sargento Admir considera positiva a mobilização dos vizinhos para melhorar a segurança do local, que pelas estatísticas policiais, não costuma ter problemas de criminalidade. “Faz parte do policiamento unir forças com a comunidade para garantir maior efetividade”. Ele recomenda que os moradores continuem informando o 190 e também o 12º BPM pelo telefone 3272-0719. “Para uma unificação de dados sobre o bairro é importante registrar no 190. Só que não custa avisar a delegacia responsável porque encurta os caminhos para o atendimento”, recomenda o sargento.

Veja dicas de segurança com o sargento da Luz.

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