Mal se mudou para a casa própria, em prédio recém-construído pela MRV Engenharia na Rua Carolina Castelli, no Novo Mundo, e o analista de planejamento Thiago Rizzatti de Marchi já teve muita dor de cabeça. Assim que chegou ao apartamento, logo notou o cheiro de gás. Depois de muito lutar, conseguiu que a construtora refizesse a tubulação, mas deixou o piso quebrado e foi obrigado a fazer o acabamento por conta própria.

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Tanto Thiago quanto os demais moradores estão com medo, porque no corredor do prédio, onde estão os medidores, pode-se sentir forte cheiro de gás. Segundo o Corpo de Bombeiros, de janeiro até este mês, 207 atendimentos de vazamentos de gás foram prestados em Curitiba e região e 11 pessoas socorridas com intoxicação por gás. O receio de Thiago é que aconteça acidente como a explosão que deixou um morador ferido no condomínio Spazio Cosmopolitan, em outubro do ano passado – imóvel construído também pela MRV.

Solução

Logo nos primeiros dias que Thiago chegou ao apartamento, sentiu forte cheiro de gás e já abriu chamado na MRV. Foram quatro visitas da construtora para resolver o vazamento, período em que a vida de Thiago virou um caos. Isso porque foi preciso refazer a tubulação de gás e, para isso, foi quebrado o piso e removida parte dos móveis e eletrodomésticos da cozinha do apartamento. “Fiquei tomando banho de canequinha por quase duas semanas. Estava vivendo de forma totalmente desconfortável, com as coisas todas amontoadas na sala”, desabafa.

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Cansado de esperar providência por parte da construtora, que nem ao menos informou prazo para solução do problema, Thiago resolveu fazer o acabamento por conta própria. “Em uma hora e meia que tenho de almoço comprei o piso, fiz orçamentos e em duas horas os pedreiros resolveram”, afirma.

“Se eu tivesse condições de sair daqui, sairia”, diz Thiago. Ele deixa o alerta para que as pessoas pesquisem e pensem duas vezes antes de comprar um apartamento e que, quando constatem problemas no imóvel, não deixem de lutar pelos seus direitos.

Orientação dos bombeiros

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Segundo o major Mauricio Aliski, do Corpo de Bombeiros, quando o vazamento é na central de gás do edifício, caso o condomínio não consiga fechar o registro deve acionar os bombeiros e chamar a empresa responsável para solucionar o problema em definitivo.

No caso dos apartamentos, caso a pessoa sinta cheiro de gás não deve acender luzes nem usar equipamentos que gerem faíscas e acionar o Corpo de Bombeiros. No caso do condomínio do Novo Mundo, onde o vazamento é no registro, o major esclarece que a empresa que fornece o gás deve ser chamada antes que o problema se agrave.

Empresa atesta vistorias

Em nota, a MRV Engenharia informa que realiza testes de estanqueidade durante a obra e recomenda novo teste assim que o cliente solicitar a instalação do registro do gás do apartamento à empresa fornecedora de gás do condomínio.  A MRV destaca ainda que a obra em questão foi vistoriada pela prefeitura e pelo Corpo de Bombeiros antes da obtenção do Habite-se (documento que indica que o empreendimento está apto para ser habitado). Segundo a MRV, a empresa aguardava envio do piso pelo fabricante para concluir o acabamento do reparo no apartamento de Thiago.