Metade dos pára-raios de Curitiba não funciona

A Prefeitura vai reforçar a fiscalização dos pára-raios nas edificações de Curitiba em agosto. A partir do mês que vem, quando houver irregularidade no sistema de proteção, a Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi) vai exigir de proprietários e síndicos que assinem termos de responsabilidade comprometendo-se a providenciar os reparos necessários. ?Na última vez que fizemos uma fiscalização maior, em 2000, em metade das edificações não havia pára-raio ou o equipamento não funcionava?, afirmou Paulo Almeida, diretor da Cosedi.

Segundo Almeida, naquela vistoria ficou evidente que os pára-raios concentram os problemas observados nas edificações inspecionadas. ?Constatamos que a maioria dos prédios não tinha problemas estruturais; em muitos casos, a parte elétrica e a de prevenção de incêndios precisavam de manutenção; o que chamou atenção é que mais da metade não estava protegida por pára-raio.?

O diretor da Cosedi destaca a segurança ilusória de ter um equipamento que não funciona. ?Muitas vezes o pára-raio está há dez anos sem manutenção, e síndicos e moradores acham que está funcionando. Como qualquer equipamento, o pára-raio precisa de manutenção feita por um profissional habilitado.?

A regulamentação permite à Cosedi até interditar o imóvel que não atender às exigências sobre proteção de descargas elétricas atmosféricas, após a emissão de dois autos de infração. ?Na prática estamos orientando e aumentando a responsabilidade dos proprietários e síndicos?, diz  Paulo Almeida.

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Descargas atmosféricas são chamadas de raios e acontecem antes, durante e depois de uma tempestade. Essa descarga pode ocorrer entre nuvens ou entre a nuvem e a terra, nos dois sentidos.

No Brasil os raios matam mais de 100 pessoas por ano e causam prejuízos de milhões de reais. Os raios são a principal causa natural de morte, depois das enchentes O Brasil é um dos países com maior incidência de raios: cerca de 100 milhões por ano

Os raios atingem o mesmo lugar várias vezes. O Empire State Building, por exemplo, recebe 60 descargas por ano.

A temperatura do raio chega a 30 mil graus Celsius.

Pára-raios

O pára-raios não protege prédios vizinhos, só protege a edificação em que está instalado e para a qual foi projetado.

A televisão e o computador e outros aparelhos eletro-eletrônicos não estão protegidos pelo pára-raios. A proteção desses equipamentos deve ser feita com supressores de surto conectados a eles.

Os mastros de antenas diversas podem ficar mais altos que o pára-raios, desde que ligados ao equipamento, bem como qualquer outra estrutura metálica em parapeitos e coberturas.

Os cabos de descida não podem ficar juntos, escondidos na parte traseira da edificação. As decidas devem ficar a uma distância mínima de 2 metros e, conforme o perímetro da edificação e sua classificação na norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Devem ter tambémum espaçamento de 10, 15, 20 ou 25 metros.

A instalação de pára-raios é obrigatória pela norma NBR 541/01, da ABNT. A NR 10 do Ministério do Trabalho determina que todo estabelecimento ou edificação que abrigar um trabalhador deve ter um sistema de proteção contra descargas atmosféricas.

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