Maio Amarelo

Mesmo com queda durante pandemia, acidentes seguem violentos em Curitiba

Lineu Filho

A campanha Maio Amarelo, que chama a atenção da sociedade para o alto índice de acidentes e mortes no trânsito, ganha um sentido ainda maior com a pandemia do novo coronavírus: “perceba o risco, proteja a vida”.

As medidas de isolamento social, que vieram para frear o contágio da doença covid-19, refletiram positivamente na redução de acidentes em Curitiba, com muito menos veículos nas ruas. Na comparação com o período anterior e após as medidas do isolamento social, a capital apresentou redução de 45% nos acidentes de trânsito. 

De acordo com o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran), entre os dias 22 de fevereiro e 19 de março houve 303 acidentes com vítimas e 123 acidentes sem vítimas, num total de 426. Já com o isolamento social, entre os dias 20 de março e 15 de abril, o BPTran contabilizou 162 acidentes com vítimas e 73 acidentes sem vítimas.

Mesmo com a queda expressiva, a percepção dos bombeiros socorristas do Siate é de que as colisões estão mais violentas. De acordo com o subtenente Alexandre Vieira do Corpo de Bombeiros, houve diminuição no atendimento de acidentes, mas as ocorrências continuam sendo graves, em especial com motociclistas, cuja demanda de trabalho aumento com o coronavírus.

“Os motociclistas sempre foram o perfil das pessoas mais atendidas pelo Siate. Nessa época de pandemia, houve um aumento de motociclistas nas ruas. Eles estão se machucando mais porque estão abusando da velocidade”, explica Vieira.

Entre as ocorrências mais comuns neste período de isolamento social, estão os atropelamento por moto e queda de moto. “Eles correm, perdem o controle e acabam caindo”, comenta o bombeiroa. O subtenente também percebeu uma queda significativa de acidentes durante o mês de março, mas que o movimento vem retomando gradativamente. “Agora no final de abril, a percepção é de que o volume de ocorrências está bem próximo ao dos dias antes do isolamento”, comenta.

Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paraná

Ruas vazias e a falsa sensação de segurança

Neste Maio Amarelo, a campanha “perceba o risco, proteja a vida” cabe tanto para se manter a atenção no trânsito quanto para se proteger do coronavírus. “Os acidentes continuam acontecendo, todo o cuidado é pouco. Nesse período de isolamento, os dados demonstram que o fluxo, tanto de veículos como de pedestres, diminuiu. Mas é necessário que as pessoas mantenham a atenção no trânsito também”, salienta a tenente Etiene do Carmo do BPTran.

E para manter o trabalho preventivo no trânsito, o BPTran continua nas ruas mesmo com a pandemia. “A fiscalização permanece, as viaturas continuam tanto no atendimento de acidentes como na fiscalização. Nossas equipes continuam reforçando a consciência da direção defensiva”, orienta a tenente Carmo.

Nas estradas, a queda de acidentes é menor

Em Curitiba, a queda de acidentes com o isolamento social foi de 45%. Porém, entre os acidentes nas rodovias federais que cortam o Paraná, a queda foi de 28%. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 631 acidentes foram registrados em abril de 2019, com 44 mortes e 665 feridos. Já em abril deste ano, foram 451 acidentes, com 36 mortes e 465 feridos. 

Entre o número de mortes nas estradas em abril, houve queda de 18% no comparativo deste ano com o ano passado. Já entre feridos, houve redução de 30% desse ano em relação a 2019.

Avenida Visconde de Guarapuava. Foto: Gerson Klaina

A Tribuna precisa do seu apoio! 🤝

Neste cenário de pandemia por covid-19, nós intensificamos ainda mais a produção de conteúdo para garantir que você receba informações úteis e reportagens positivas, que tragam um pouco de luz em meio à crise.

Porém, o momento também trouxe queda de receitas para o nosso jornal, por isso contamos com sua ajuda para continuarmos este trabalho e construirmos juntos uma sociedade melhor. Bora ajudar?