Mentira: casual, constante, para o bem ou para o mal

Quem nunca contou uma mentira que atire a primeira pedra. Hoje é considerado o Dia da Mentira, e há quem garanta que não exista data mais propícia a ser comemorada. Homens, mulheres, idosos, crianças, brancos, negros, ricos e pobres. A mentira atinge as pessoas com maior ou menor freqüência independente de idade, sexo, raça, classe social ou religião. Porém, um psicólogo afirma que surpreendentemente os homens costumam ser melhores mentirosos do que as mulheres.

Segundo o psicólogo clínico Mauro Godoy, contar e ouvir mentiras faz parte do cotidiano das pessoas. ?Os homens possuem uma maior quantidade de testosterona, o que faz com que eles sintam menos medo. Dessa forma, não se pode dizer que eles mintam mais, mas sim que mintam melhor, pois possuem menos medo da mentira?, comenta.

Mauro explica que o cérebro humano é composto por massa branca, responsável pela criatividade e pela fantasia, e massa cinzenta, pela qual a pessoa adquire controle sobre o que é certo ou errado. Quando uma criança nasce, 76% de seu cérebro é formado de massa branca, o que faz com que ela viva muito mais em um mundo interno, de fantasia, do que no mundo externo.

Isso, de acordo com o psicólogo, explica por que as crianças costumam mentir tanto. Ele esclarece que é normal que elas vivam mais em um mundo próprio, criem fantasias e conseqüentemente mintam mais para si mesmas e para os outros até os cinco anos de idade. Depois disso, ao longo do desenvolvimento, passa a haver um maior equilíbrio entre a massa branca e a massa cinzenta e vai ocorrendo o amadurecimento. ?Entre os dez e os treze anos, passa a haver uma ponte entre os mundos, interno e externo.?

Entre os adultos, além de sinônimo de falta de amadurecimento, a mentira pode ser utilizada como forma de aliviar algum mal ou sofrimento. Nos ambientes de trabalho, pode ser aquela mentirinha que se conta ao chefe como desculpa para não trabalhar nos finais de semana. Em casa, pode ser uma desculpa para se livrar de alguma visita indesejada. Porém, a mentira também pode estar relacionada ao ideal de ego das pessoas. Acontece quando elas fazem uma projeção do que gostariam de ser. Dessa forma, são idealizados estilo de vida, forma de emprego e família.

Compulsão

Mauro acredita que pequenas mentiras, contadas de vez em quando, geralmente não resultam em mal. Porém, o ato de mentir pode ser extremamente prejudicial quando se torna uma compulsão e, dessa forma, uma doença. ?A mentira compulsiva acontece quando o indivíduo deixa de ter controle sobre a mentira, podendo mentir o tempo todo.? A vítima de compulsão pela mentira pode vir a fazer coisas que ela mesma não gostaria de fazer, sendo prejudicada na vida profissional, familiar, amorosa e social. 

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