A classe médica do Paraná está mobilizada, desde a última semana, em prol de melhores condições de trabalho e valorização profissional. Ontem, na sede da Associação Médica do Paraná (AMP), em Curitiba, integrantes da comissão estadual de honorários médicos da instituição se reuniram para discutir o restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos com as operadoras de saúde.
Segundo o presidente da AMP, José Fernando Macedo, os honorários médicos pagos pelas operadoras estão defasados há vários anos. Em relação a consultas, a defasagem é de 100%.
Já alguns procedimento chegam a estar defasados em mais de 400%. Isto tem feito com que muitos médicos e hospitais passem a não mais atender pacientes de determinadas operadoras.
“Vamos chamar as operadoras de saúde para uma primeira conversa. Caso elas não queiram negociar ou não concordem em aumentar seus valores de remuneração, teremos que procurar a Justiça”, comentou José Fernando. “A recomposição do equilíbrio econômico financeiro dos contratos dos médicos com os planos permite a manutenção da medicina de grupo (suplementar)”.
Outros assuntos debatidos pela AMP nos últimos dias foram a criação indiscriminada de escolas médicas, sendo boa parte delas sem estrutura de qualidade que garanta o fornecimento de bons profissionais para o mercado; o fato de vários médicos recém-formados não conseguirem residência médica; e necessidade de um plano de cargos e salários para os médicos que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS).