Sem avanço

Médicos ameaçam debandada em massa de planos

Os médicos que atendem por planos de saúde no Paraná alertam que, se não houver avanços nas negociações com as operadoras durante a paralisação entre os próximos dias 12 e 26, há grandes chances de descredenciamento em massa. O protesto da categoria vai afetar usuários de 43 operadoras do Estado.

Ontem, em entrevista coletiva, representantes da Associação Médica do Paraná (AMP), do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) e do Sindicato de Médicos do Paraná (Simepar), afirmaram que caso as operadoras de saúde não se manifestem nas próximas semanas, haverá grande número de médicos deixando de atender pacientes com planos de saúde.

“Essa é uma discussão antiga. Há duas décadas estamos lutando por melhor remuneração com os planos e o descredenciamento já é tendência na classe. Há alguns anos, vários médicos e cooperativas têm tomado a decisão de atender somente consultas particulares, justamente pela grande defasagem no valor das consultas”, afirma João Carlos Baracho, presidente da AMP.

Reagendamento

“Infelizmente, até hoje, mesmo com as diversas manifestações por parte dos médicos, ficamos sem resposta por parte das operadoras. Não há negociação e quase sempre tivemos o silêncio como resposta em relação às nossas reivindicações. Por isso, vai haver essa paralisação e se nada acontecer, o descredenciamento vai acontecer naturalmente”, corrobora o presidente do CRM-PR, Alexandre Gustavo Bley.

Durante os 15 dias de paralisação, os médicos só atenderão urgências e emergências. Pacientes com consultas eletivas agendadas serão avisados previamente para remarcar a data após o protesto. Caso queiram ser atendidos neste período, terão que pagar consulta particular.

Consulta não deve ser paga

O Procon-PR orienta os usuários de planos de saúde a não pagar qualquer valor cobrado pelos médicos que, a partir de segunda-feira, deixarem de atender. Segundo a advogada do órgão, Alane Borba, é importante que os usuários recusem qualquer pagamento extra, pois a obrigação do consumidor é pagar em dia sua mensalidade. “Qualquer cobrança adicional caracteriza desrespeito aos direitos dos consumidores”, denuncia. O Procon-PR recomenda que os consumidores denunciem a tentativa de cobrança extra aos órgãos de defesa do consumidor e à Agência Nacional da Saúde.

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