Médico acusado de erro foi absolvido pelo CRM

O Conselho Regional de Medicina (CRM) absolveu o médico Artur Zanelatto. Ele era acusado de erro médico por uma paciente que em 1999 fez uma cirurgia para retirar um cisto do ovário. Devido a complicações ela fez 14 operações, perdeu toda a parede do abdome e, hoje, apenas uma fina camada de pele recobre a parte atingida. A todo instante corre o risco de perfurar algum órgão ou sofrer hemorragias. O julgamento foi realizado na terça-feira.

Segundo o presidente do CRM, Luiz Sallim Emed, o conselho entendeu que não houve erro nos procedimentos e que Jaqueline do Rocio Rissato “apenas foi vítima de uma série de complicações”. Emed fala que após a primeira cirurgia a paciente teve uma semi-oclusão (torção) instestinal. Ela foi reinternada e o problema evoluiu para uma oclusão, que exige intervenção cirúrgica. Depois disso, houve mais complicações e ela fez uma terceira operação, entrando em coma. O mesmo médico realizou todos procedimentos.

Do Hospital e Maternidade de Pinhais ela foi transferida para o Hospital do Trabalhador, onde passou por mais intervenções cirúrgicas. Ela perdeu todo o ovário, uma costela, o intestino grosso e parte do intestino delgado. Ela trabalhava como vendedora em uma loja e hoje vive da pensão do INSS. O marido está desempregado. Chega a gastar R$ 1.200 por mês em remédios.

Depois das cirúrgicas o médico chegou a prescrever a palavra “paciência” para ser tomada de hora em hora pela paciente, ferindo a ética do relacionamento entre médico e paciente. Mas Zanellato recebeu apenas uma advertência verbal fechada. Para Jaqueline, o resultado foi injusto. Agora ela pretende entrar na justiça com uma ação civil.

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