Matinhos poderia estar sem ressaca há 16 anos

O problema da ressaca em Matinhos poderia ter sido resolvido há 16 anos, época em que a extinta Sudesul (Superintendência de Desenvolvimento da Região Sul) apresentou um projeto semelhante ao implantado em um porto turístico de Portugal em 1972, para amortecer as correntes marítimas. A afirmação é do ex-superintendente do órgão Ayrton Cornelsen, de 80 anos. Para ele o projeto seria a alternativa mais viável em termos financeiros e paisagísticos.

Ayrton conta que a idéia foi abandonada quando Alvaro Dias assumiu o governo do Estado em 1986 e extinguiu a Sudesul. O projeto havia sido desenvolvido por engenheiros portugueses. No começo deste ano ele resolveu reaproveitar a idéia e seu escritório de engenharia apresentou a proposta para a Prefeitura de Matinhos, mas até agora não recebeu nenhuma resposta. Além da construção de dois moles (tipo de um muro de pedras) formando uma marina para conter a força das ondas, seria implantado ao longo da orla hotéis e pousadas, formando um complexo turístico. Os custos ficariam por conta da iniciativa privada e chegariam a R$ 10 milhões. Os pescadores também seriam beneficiados, pois poderiam atracar os barcos na marina e ainda seria construído um mercado para a venda de peixes. “Já temos os investidores, queremos a concessão para operar”, diz Álvaro Porfírio Santana, outro engenheiro do escritório.

Para ele a alternativa também pouparia dinheiro do contribuinte que quase todo ano colabora para reparar os estragos da ressaca. Para construir os moles e a marina e resolver definitivamente o problema, seriam necessários apenas R$ 800 mil. Ele também critica a idéia de construir escadarias de pedra ao longo da orla. “O mar vai retirando a areia por baixo. Na primeira ressaca tudo vai desabar”, explica. O escritório de Ayrton também tem uma proposta para Guaratuba.

O projeto

Uma estrutura de pedra de 300 metros seria construído mar adentro, seguindo o canal do Rio Matinhos. Em outro ponto, mais um espigão de 280 metros seria construído de forma perpendicular ao primeiro, fechando abertura para formar uma marina, com capacidade para 96 embarcações. Este espigão perpendicular é que seria responsável por amortecer a força das ondas, já que é neste sentido que as correntes marítimas atuam. A areia da marina seria usada para engordar o restante da praia.

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