Manutenção pára Repar por 76 dias

A Petrobras disponibilizou R$ 182 milhões para as obras de reforma e manutenção da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária. O procedimento, iniciado na quinta-feira, deve durar entre 72 e 76 dias e vai paralisar todas as atividades nas unidades da empresa. Esse é o maior investimento da história da empresa na área de abastecimento para manutenção e modernização dos equipamentos da refinaria.

Serão realizadas obras em todas as unidades (tanques) de produção da refinaria, além de outras direcionadas para a obtenção de melhores derivados de petróleo, como óleo diesel e gasolina. Durante o período das obras, quatro mil empregos temporários serão criados, além dos 800 funcionários próprios que já trabalham na empresa. De acordo com a empresa, um acordo com os sindicatos locais foi realizado para que cerca de 70% da mão-de-obra empregada nas obras seja do pessoal da região. A parada para as obras geralmente é realizada de seis em seis anos, para garantir a qualidade dos produtos. O planejamento para essa manobra vem sendo feito há dois anos, e a programação de todo o processo há seis meses. A última parada na Repar foi realizada em 1998.

Segundo a gerente de comunicação da empresa, Edymara Barbosa, as obras na refinaria fazem parte de um procedimento comum, que ocorre em todas as outras unidades da Petrobras no País. “O maior objetivo dessa parada é garantir as melhorias na qualidade do produto. É uma manutenção, que verifica e troca os equipamentos necessários para que todo o processo realizado na refinaria funcione da melhor maneira possível”, explica.

Guindaste

Para a troca de alguns equipamentos das unidades durante a parada, foi deslocado de São Paulo um guindaste “sobre-esteira” de 450 toneladas. O veículo também será utilizado em uma das principais manobras da operação, na troca do conversor (uma peça de 400 toneladas) da unidade de craqueamento catalítico. A peça existente será retirada pelo topo da unidade e, logo em seguida, a nova será colocada no local. A unidade de craqueamento catalítico é usada nas operações de refino do petróleo. Ela aumenta a fração dos derivados leves do petróleo (gasolina e gás) quando exposto a altas temperaturas e adição de óxidos. O processo de craqueamento exige muito dos equipamentos, produzindo corrosão e desgaste erosivo. Por isso a importância da troca do conversor de tempo em tempo.

A Petrobras deixou claro que, por ser uma ação planejada há dois anos, não ocorrerá qualquer problema com relação à distribuição de combustíveis. Segundo Edymara, fóruns com os clientes da empresa foram realizados para explicar como funcionaria o processo durante o período de obras. Ela conta que a Repar mantém estoques de óleo diesel e gasolina, que serão suficientes para abastecimento. No caso do GLP (gás de cozinha), asfalto e solventes, o fornecimento será realizado pela Refinaria do Vale do Paraíba, de São José dos Campos (SP). “Foi tudo planejado e está garantido que o abastecimento será normal”, diz Edymara.

Repar

A refinaria Repar opera em uma área de 10 quilômetros quadrados e produz atualmente 32 milhões de litros de petróleo por dia. A unidade é responsável por cerca de 12% da produção nacional de derivados do petróleo, e destina 85% de seu produto para o Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e região sul de São Paulo. Os demais 15% completam o abastecimento de outras regiões ou são exportados.

Nova unidade atende exigências

A Petrobras instalou, no final de 2003, uma nova unidade de tratamento do óleo diesel e do querosene de avião na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária. A nova unidade atende as exigências do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que determina que composição de enxofre no diesel não pode ultrapassar 0,05%. Para isso, investimentos foram feitos, na ordem de US$ 150 milhões, para a construção da unidade de hidrodessulfurização (HDS) de diesel e querosene de avião (QAV).

Com a HDS, a refinaria Repar poderá oferecer diesel com teores mais baixos de enxofre e poderá ampliar a possibilidade de produção de QAV, com mais variados tipos de petróleo. Além disso, a nova unidade diminuirá a emissão de enxofre, melhorando consideravelmente a qualidade do ar na região. De acordo com a empresa, cerca de 1,5 mil trabalhadores participaram da instalação da nova unidade. A empresa também informou que a unidade só será inaugurada após a finalização das obras na Repar.

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