Violência sem fim

Mais de uma criança é agredida por dia na Grande Curitiba

Os recentes casos de um bebê de cinco dias morto pelo pai com soco e da criança de um ano também agredida em casa serviram para relembrar a sociedade da necessidade de combater a violência contra crianças e adolescentes. Somente no Hospital Pequeno Príncipe, onde a maioria das crianças agredidas em Curitiba e região é atendida, foram registradas 273 ocorrências até quarta-feira, principalmente crianças entre zero e cinco anos.

No ano passado, o número chegou a 374, o que representa mais de uma criança agredida por dia do ano somente nas proximidades da cidade. Na maioria dos casos, cerca de 60%, é vítima de violência sexual, mas há também física, psicológica ou negligenciados. Enquanto ficam internadas, as vítimas recebem tratamento psicológico, que continua no ambulatório do hospital depois da alta.

Consciência

Apesar de mais da metade das agressões acontecer em ambiente familiar, muitas vezes pelos próprios pais das crianças, o psicólogo do hospital, Bruno Mader, explica que a família é essencial para minimizar as consequências. “Normalmente, as crianças estão inseridas em famílias que precisam de ajuda, principalmente porque grande parte dos agressores também já foi vítima, mas é preciso restabelecer, com parentes que não participaram da agressão, o laço de confiança quebrado para que todos voltem a ter vidas mais equilibradas”, explica.

Para o promotor do Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, Murillo José Digiácomo, é preciso que as famílias tenham mais consciência e denunciem as agressões. “As denúncias devem ser feitas mesmo quando houver uma mera suspeita”, afirma.

Voltar ao topo