Chuniti Kawamura / O Estado do Paraná
Índice de sinistralidade
continua alto, em torno de 75%.

O número de veículos com seguro circulando no Paraná aumentou cerca de 10% de 2001 para 2002, porém esse índice não acompanhou a evolução da frota total, que cresceu em torno de 20% no mesmo período, e hoje ultrapassa três milhões de automóveis. Destes, 600 mil estão cobertos por seguro. Os dados são do Sindicato das Seguradoras do Paraná (Sindiseg), que atribui esse cenário a fatores culturais e econômicos.

Na avaliação do diretor do sindicato, Ramiro Fernandes Dias, a queda na renda dos consumidores fez com que eles optassem em correr o risco de manter o veículo sem seguro. Além disso, proprietários de cidades menores acreditam que o seguro é um gasto desnecessário, e em algumas dessas cidades, os automóveis segurados não chegam a 5% da frota circulante. “Mas eles esquecem que quando viajam para regiões maiores ficam desprotegidos”, aponta Dias.

Segundo ele, o tempo de depreciação do bem também influencia. Hoje, a média de veículos de passeio segurados é de 10 anos, e de 15 anos para caminhões. Outro fator identificado pelo Sindiseg é que os consumidores não sabem que podem contratar parte das modalidades do seguro. Uma delas é o seguro do bem – que inclui colisão, roubo e incêndio – e a outra é o seguro de responsabilidade civil – que cobre danos a terceiros.

De acordo com Dias, a cobertura de responsabilidade civil é ideal para quem possui um veículo mais antigo, e o custo de um seguro compreensivo (do bem e de responsabilidade civil) fica elevado. Para se ter idéia, a contratação de um seguro de indenização civil de até R$ 100 mil para danos pessoas e materiais corresponde a 27% do seguro compreensivo. Além disso, essa modalidade não inclui franquia.

Sinistros

De janeiro a maio deste ano, o faturamento das empresas de seguro no Paraná totalizou R$ 217 milhões, o que significa um crescimento de 20,5% sobre igual período de 2003 (R$ 180 milhões). Porém o diretor do Sindiseg destaca que o índice de sinistralidade continua alto, em torno de 75%. Isso está relacionado a alguns fatores pontuais, como as más condições das estradas, motoristas sem conscientização sobre o trânsito e excesso de velocidade. Outro fator preocupante, afirma Dias, são os assaltos a mão armada, onde as mulheres aparecem como as maiores vítimas.

A pesquisadora Natália Pcheek sabe bem o que é isso. Ela teve o veículo levado em um assalto, e como não tinha seguro, ficou no prejuízo. “Depois de três anos, consegui comprar outro carro e nem tirei ele da concessionária sem seguro”, conta. Para ela, a opção de assistência oferecida pela seguradora também é importante. O bancário Agostinho Pizaia afirma que desde a aquisição do primeiro carro, em 1977, faz seguro. Para ele, isso é uma tranqüilidade, principalmente nos dias atuais, onde o trânsito está cada vez mais complicado. “Eu acabei de colidir o carro, e quem me bateu não tinha seguro”, relata.

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