Maiores cidades do PR não têm calçadas seguras

A grande maioria das calçadas nos municípios paranaenses não cumpre com a função de permitir a circulação de pessoas com segurança e conforto. A constatação é resultado de uma pesquisa realizada entre maio e setembro deste ano, pelo professor de arquitetura Evandro Cardoso Santos, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná, e outros profissionais. A pesquisa foi apresentada ontem, durante o primeiro Seminário Paranaense de Calçadas, no auditório do Centro Integrado de Empresas e Trabalhadores do Estado do Paraná (Cietep), em Curitiba.

Foram analisadas as calçadas de 612 ruas, sendo 213 em Curitiba, 138 em Maringá, 251 em Foz do Iguaçu e dez avenidas em Londrina. Entre os principais problemas encontrados estão, além da inexistência de calçadas em mutos casos, más condições do piso, presença de obstáculos, como caçambas e postes, desnivelamento e falta de sinalização e faixas de travessia.

“De cada dez calçadas analisadas, seis foram consideradas inadequadas. Isso quer dizer que 60% das calçadas dos quatro municípios participantes da pesquisa não garantem segurança e conforto aos usuários”, explica Evandro. “Demos notas de zero a dez para as calçadas analisadas e depois fizemos uma média. Apenas Maringá ficou com média acima de 5: 5,34, mas ainda longe do ideal. Curitiba ficou com 3,58, Londrina com 4,02 e Foz do Iguaçu com 4,52.”

As piores calçadas foram encontradas nos bairros da periferia das quatro grandes cidades. “Isso demonstra que os grupos menos favorecidos são os mais prejudicados”, comenta o professor. De acordo com ele, todos estão sujeitos a sofrer acidentes em função de calçadas irregulares. Entretanto, as maiores vítimas costumam ser os idosos, gestantes, deficiente físicos e crianças.

Siate

O diretor do Siate de Curitiba, Edison Teixeira, revela que 10% dos atendimentos realizados na capital são em função de quedas em locais de mesmo nível. Destas, muitas acontecem em lugares públicos, devido a buracos, pedras soltas e calçadas escorregadias. “O tombo pode gerar desde um ferimento leve, sem maior gravidade, até fraturas sérias, ferimentos na cabeça e na face”, afirma. “Uma pessoa pode ter grande parte de sua vida afetada após um acidente desses, precisando de medicamentos, fisioterapia ou mesmo tendo sua mobilidade comprometida.”

Durante o seminário, diversas soluções para o problema das calçadas foram propostas. Elas serão reunidas em um documento que será entregue a diversas administrações municipais. “O assunto “calçadas” é mais sério e envolvente do que a maioria das pessoas imagina. Este é apenas o primeiro seminário que realizamos sobre o tema, que deve continuar a ser discutido para que um plano de trabalho e soluções possam ser criadas”, finaliza o gerente regional da Associação Brasileira de Cimento Portland e um dos organizadores do evento, Carlos Roberto Gublin.

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