Luta pela inclusão é lembrada em Curitiba

O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência foi marcado por uma caminhada ontem, em Curitiba. Vinte e cinco instituições que representam e dão atendimento às pessoas especiais participaram da caminhada, que partiu da Praça Santos Andrade para a Boca Maldita. A data pretende chamar atenção para as necessidades e as potencialidades das pessoas com deficiência.

Todos os participantes da caminhada colocaram tarjas pretas nos braços. Esta foi a maneira de expressar o descontentamento com a intenção do Ministério da Educação (MEC) em emitir um decreto que obriga os alunos especiais a estudarem em escolas regulares. ?A inclusão na escola regular é uma questão relevante, mas o MEC quer fazer isto por decreto, praticamente não dando outra opção. A inclusão precisa acontecer sim, mas não obrigando a pessoa com deficiência a se adaptar à escola. A escola é que deveria se adaptar. Nossos filhos não são cobaias?, comenta José Alcides, presidente da Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional (Fepe) e da Federação Brasileira de Instituições de Reabilitação (Febiex).

De acordo com ele, a proposta do MEC transformaria as escolas especiais em centros de atendimento, com um foco mais terapêutico. Alcides afirma que o decreto deve ser publicado no início de janeiro de 2008.

A inclusão completa na sociedade ainda parece longe para muitas pessoas com deficiência. Além desta polêmica quanto à inclusão na escola regular, existem graves problemas quanto à colocação dos deficientes no mercado de trabalho. Na lei das cotas, as empresas devem contratar funcionários com deficiências conforme o tamanho do quadro de empregados, mas isto não vem acontecendo como deveria.

Além da caminhada, uma tenda foi montada ontem na Boca Maldita, onde foi disponibilizado material para um ?test-drive?. Quem passou pelo centro da cidade pôde experimentar um pouco do que um deficiente enfrenta todos os dias, usando vendas nos olhos, por exemplo.

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