Louise Maeda e Ana Caron não guardam ressentimentos

No atendimento realizado em agosto, duas cartas psicografadas chamaram a atenção. Uma era de Ana Cláudia Caron, que em 2007 foi sequestrada por dois adolescentes em Curitiba, levada até Almirante Tamandaré onde foi estuprada e morta com um tiro na boca. Ela ainda teve o corpo queimado pelos assassinos.

Aos pais, na carta, Ana contou que compreendeu e tolera tudo o que passou. E se mostrou preocupada com a família, que ainda sofre com a tristeza, e contou que trabalha com jovens no plano espiritual em um movimento pela paz.

Do mesmo grupo estaria participando Louise Sayuri Maeda, que mandou a segunda carta para a mãe Daisy e o pai no mesmo dia e ainda referiu-se à amiga Ana Cláudia. Louise foi morta a tiros e jogada em um rio por colegas de trabalho, no ano passado, logo depois de sair da empresa, no Shopping Mueller, a algumas quadras de onde Ana foi sequestrada quatro anos antes.

Louise contou que não imaginou que havia uma armação contra ela, e por isso entrou do carro dos colegas no dia do crime. Hoje ela relata que ainda guarda uma mágoa, uma tristeza pelo ocorrido, mas que não tem ódio ou ressentimento dos autores do homicídio. Ela afirma que era uma alegria trabalhar no shopping e se sentir útil para as pessoas, e agradeceu pela mãe ter lhe guiado pelo caminho do bem.

Outra frequentadora do centro espírita é Monik Pergorari Lima, na esperança de receber uma mensagem do namorado Osiris Del Corso. O casal caminhava por uma trilha no Morro do Boi, em Matinhos, em 2009, quando foi surpreendido por um assaltante. Osiris foi assassinado. Ela foi baleada, abusada sexualmente e aguardou por socorro por mais de 24 horas. Hoje, Monik faz tratamentos para voltar a andar.