Lote sem destinação motiva protesto na CIC

Um terreno desapropriado pela Prefeitura de Curitiba há 14 anos, para abrir uma rua, está causando transtornos à população da Vila Sandra, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).

Como houve problemas com o processo de desapropriação de uma área contígua, também necessária à abertura da via, o lote ficou sem destinação e hoje é ponto de encontro de marginais e local de acúmulo de lixo. Ontem, moradores da vizinhança se reuniram para protestar por providências dos órgãos públicos.

A área em questão fica na Rua Luiz Tramontin, e a via que deve ser aberta seria a continuação de uma rua transversal. O impasse começou quando a Prefeitura tentou relocar a moradora de um dos terrenos onde a rua deve ser construída.

Discordando da proposta que recebeu da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), a pensionista Irene Rozales ingressou com uma ação contra o órgão, que acabou travando a continuação das obras.

“A população inteira daqui está sofrendo por causa disso”, diz a dona-de-casa Luzia Xavier, que mora ao lado do terreno. Ela conta que, devido ao acúmulo de lixo, houve no local uma proliferação de ratos, que invadem as casas próximas em busca de comida.

Outros moradores, que preferiram não se identificar, lembram, ainda, que o lugar virou ponto de consumo e venda de drogas e que os frequentadores do local costumam invadir as casas vizinhas.

De acordo com a Prefeitura, a conclusão da rua está prevista, mas a questão está travada justamente por conta da pendência judicial. A Prefeitura lembra que a área é uma ocupação irregular, e que portanto não há obrigação de indenizar os moradores – são feitas apenas propostas de realocação para outras áreas.

Também ressalta que já houve acordo da Cohab com a moradora, há poucas semanas, e que a área destinada a ela, localizada também na Vila Sandra, precisa apenas de alguns ajustes e a construção de uma casa começará em seguida.

Quanto aos problemas com os marginais, os policiais militares que estiveram no local atendendo os moradores durante o protesto avisaram que abririam um boletim de ocorrência, para que a situação fosse averiguada com mais cuidado.