Lojistas redobram as medidas de segurança

O incêndio em um supermercado no Paraguai na semana retrasada, onde mais de 400 pessoas morreram, colocou em alerta os setores de segurança, principalmente em locais de grande circulação de pessoas. Alguns desses estabelecimentos estão antecipando as vistorias regulares a que se submetem.

O Corpo de Bombeiros informa que na maioria das 16 mil vistorias feitas por ano em Curitiba os estabelecimentos não são liberados na primeira avaliação. De acordo com o relações públicas da corporação, Eduardo Pinheiro, essas vistorias são feitas na hora da liberação e renovação de alvarás de funcionamento. Para cada tipo de atividade são exigidos diferentes dispositivos de segurança, segundo regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Em locais com capacidade acima de 200 pessoas, por exemplo, o estabelecimento deve contar com dispositivos anti-pânico nas portas, que são abertas com um simples toque.

Do total de vistorias realizadas por ano, uma média de 380 são reprovadas por não atenderem às recomendações. Entre os principais problemas encontrados, diz o tenente, estão extintores vencidos, falta de sinalização, largura das escadas e falta de saídas de emergência. “Qualquer estabelecimento só pode funcionar legalmente desde que haja regularização”, ressalta.

Um dos casos mais recentes registrados em Curitiba foi o tristemente célebre show no Jóckey Club, onde três adolescentes morreram. Segundo o tenente Pinheiro, o local não possuía portões adequados à quantidade de pessoas na área. “Em situações de emergência, a massa não tem um raciocínio lógico, o que acaba facilitando inclusive a ocorrência desses incidentes”, comentou.

Porém, o correto segmento das normas de segurança foi fundamental em algumas situações. O tenente citou os incêndios no Shopping Estação e na fábrica da Eletrolux. Os dois estabelecimentos tinham brigadas de incêndio, que conseguiram controlar a ocorrência no início. O mesmo aconteceu com o Shopping Curitiba, que foi atingido por um balão.

Prioridade

Entre manutenção e segurança, o Shopping Mueller investe cerca de R$ 15 mil por mês. O gerente técnico, Osnir Marquetti, ressalta que a questão com segurança é uma prioridade do estabelecimento, que recebe uma média de 25 mil pessoas por dia: “Temos uma preocupação grande com isso, e tudo que se faz é para prevenir ocorrências”. Segundo ele, a parte que mais gera preocupação é a elétrica.

Raio-x

Para conferir o sistema, todos os componentes e quadros de eletricidade passam por uma termografia, que é uma espécie de raio-x. “Tudo é filmado e se algum ponto apresentar aquecimento ou defeito, é consertado ou substituído”, afirmou. Este ano o shopping resolveu antecipar a verificação em dois meses, até em função do acidente ocorrido no Paraguai.

Além da parte elétrica, destaca Marquetti, também recebe atenção a central de gás e dispositivos como hidrantes e extintores. No interior das lojas não é permitido depositar material combustível, bem como é restringido o uso de madeira, carpete e borracha. E os cinemas possuem uma central inteligente de alarmes. Todos os procedimentos são acompanhados por técnicos de segurança e seguem as orientações do Corpo de Bombeiros.

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