Na extensão de uma quadra tem lixo por todos os cantos, o que atrai ratos e insetos e ainda gera focos de dengue. Catadores de material reciclável utilizam a área para separar o que recolhem pela cidade e lá permanecem, por vezes consumindo drogas e chegando ao ponto de atirar pedras nas casas próximas. Depois das 19h, mulheres são as principais vítimas de roubos violentos.

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Apesar de parecer, não estamos falando de uma área onde vive a população na linha da miséria em Curitiba. O ponto onde se concentram todos estes problemas é cercado de comércios e grandes sobrados, e fica na Rua Pandiá Calógeras, no Capão da Imbuia, entre a Rua Professor Nivaldo Braga e a Rua Professora Olga Balster, e se estende até a Avenida Prefeito Maurício Fruet.

Juliane Amaral, moradora desta rua, já não sabe mais onde reclamar. “Tem um galpão que hoje virou lugar de lixo, é horrível e repleto de pixações, fora que é um lugar escuro”, desabafa.

O vizinho dela, Manoel Ozil Portela, mora no local há 11 anos e também já fez várias reclamações à prefeitura. “As pessoas quebram os vidros e muros e ficam escondidas lá dentro”, afirma. De acordo com ele, a presença do galpão, ao longo dos anos, desvalorizou os imóveis da região.

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Uma senhora que não quis ser identificada também declarou sofrer com a sujeira do galpão. “O que nós queríamos mesmo é que fizessem alguma coisa para substituir este galpão”, declara.

A área

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O terreno é particular e há muitos anos abrigava uma cooperativa de Erva Mate. Depois que a cooperativa foi desativada, a área passou a abrigar o Varejão de Frutas e Verduras do Capão da Imbuia, administrado pela prefeitura de Curitiba.

A área utilizada pelo varejão ocupa apenas um pequeno espaço de toda a extensão do galpão e as vendas só funcionam nos finais de semana. “A nossa responsabilidade é o trecho do varejão, mas tentamos dar uma olhada no resto quando estamos aqui”, conta Geraldo Mendes Ramos, auxiliar administrativo operacional do varejão.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) solicitou a desapropriação do terreno para utilidade pública em 2006, porque tinha interesse de mudar para lá o local do Terminal de Ônibus do Capão da Imbuia.

No ano seguinte, o proprietário do terreno entrou com uma liminar na Justiça que teve parecer negativo do Tribunal de Justiça recentemente. As negociações serão retomadas nos próximos dias.

Até lá, a prefeitura pode intimar o proprietário para que tome providências através de pedidos da população no telefone 156. Caso o proprietário não resolva o problema, poderá ser multado.