Levantamento conta javalis do Paraná

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extenção Rural (Emater) estão realizando um levantamento para saber quantos javalis semi- selvagens existem no Estado. A preocupação se baseia no surgimento de uma grande manada com cerca de oito mil animais no oeste de  Santa Catarina. Alguns deles já estariam passando para o lado paranaense. Segundo a chefe da divisão técnica do Ibama-PR, Cosette Xavier a Silva, não existem reclamações oficiais e nem relatos de ataques de javalis no estado, mas as regiões de Palmeira, Ponta Grossa e União da Vitória já concentram um número relevante desses animais.

?Houve uma soltura acidental na década de 1950 e em 1998, com uma restrição legal à criação desses bichos, muitos produtores os soltaram na natureza?, explica Cosette. A criação de javali é permitida, mas dentro de regulamentações severas, já que, como não possuem predadores naturais, eles causam um grande impacto ambiental quando soltos no meio ambiente, além de espalharem doenças. ?Também são perigosos para o ser humano, pois são animais agressivos.? O javali é onívoro e se alimenta de quase tudo o que encontra pela frente. Ele invade e destrói lavouras, além de prejudicar áreas de manancial, pois fuça as áreas onde as árvores pequenas nascem.

Risco sanitário

O mais grave, porém, é que o javali é um risco sanitário, pois pode transmitir a febre aftosa. ?Por causa disso, estamos fazendo o levantamento, para podermos planejar o manejo adequado para o controle do animal.? Os javalis são capazes de percorrer cerca de 40 quilômetros num único dia, o que aumenta o risco de contaminarem grandes áreas. Além disso, podem ter as mesmas doenças que suínos comuns, incluindo peste suína e cisticercose.

Cosette lembra que a caça de javalis é proibida em território paranaense. ?Mas com o plano de manejo é possível liberar a caça controlada para evitar os riscos que a espécie apresenta?, revela. No Rio Grande do Sul, o abate é legalizado e em Santa Catarina os produtores rurais fazem pressão para que o Ibama libere a prática. ?Como a carne do javali possui um valor comercial elevado, a caça pode facilmente fugir do controle?, diz a técnica do Ibama.

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