Leptospirose matou 26 no Paraná somente neste ano

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) começou nesta semana as ações de prevenção da leptospirose para o verão. A doença transmitida pela urina dos ratos já causou 26 mortes no Paraná em 2003 e, nesta época do ano, o risco de incidência é bem maior que em outras estações. Em janeiro, fevereiro e março deste ano o número de casos confirmados foi de 163. De abril até setembro, a incidência caiu para 80. “Queremos manter o número baixo mesmo nos meses mais quentes”, diz o chefe do Centro de Saúde Ambiental (CSA), José Francisco Konolsaisen.

As ações da Secretaria da Saúde se concentram principalmente na 2.ª Regional de Saúde, com sede em Curitiba. A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) é a área mais atingida do Estado. Neste ano, dos 243 casos confirmados da doença, 26 resultaram em morte e, deste total, dezoito eram da capital ou de outros municípios da RMC. Segundo Konolsaisen, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar o agravamento da doença.

A chegada das chuvas de verão, que causam enchentes, auxiliam na proliferação da doença. A urina dos ratos, que contém a bactéria leptospira, contamina a água. Se as pessoas têm contato com essa água, pegam a doença através da pele, mesmo que não haja lesões. A melhor maneira de evitar a leptospirose é tomar cuidado quando se for limpar áreas atingidas por enchentes. Botas, sacos plásticos e luvas são armas poderosas para auxiliar a isolar a pele do contato com a água que pode estar contaminada.

Os sintomas levam em torno de 15 dias para começar a aparecer. Os mais comuns são febre, dor de cabeça, mal-estar, dores na barriga da perna e ânsia de vômito. “Ao perceber esses sinais é fundamental procurar um médico e lembrá-lo que houve um contato com água de enchente, pois os sintomas são semelhantes a outros tipos de doença, como gripe”, diz a enfermeira do CSA, Ana Lúcia Gabinio.

Época de animais venenosos

Além da leptospirose, acidentes envolvendo animais venenosos são mais comuns nesta época do ano e podem prejudicar a saúde humana. “É importante que as pessoas fiquem bastante atentas, procurem manter suas residências bem arejadas, e principalmente evitem o acúmulo de qualquer material nos quintais de casa”, diz a chefe da Divisão de Zoonoses da Sesa, Gisélia Rúbio. De acordo com ela, as ocorrências também aumentam porque nesta época as pessoas estão mais em contato com a natureza e os passeios em parques e locais onde existem árvores e gramado são as situações mais comuns. “As chuvas de verão normalmente desalojam os animais”, explica. Os mais comuns são acidentes com cobras, lagartas, escorpiões e aranhas-marrons.

Caso ocorram acidente com qualquer animal peçonhento deve-se lavar o local ferido, de preferência com água e sabão, não fazer cortes, perfurações, torniquetes nem colocar produtos caseiros que possam agravar o envenenamento. A próxima etapa é procurar imediatamente o serviço médico mais próximo. Se possível o animal agressor deve ser levado, mesmo morto, para facilitar o diagnóstico.

Qualquer dúvida sobre diagnóstico e tratamento de acidentes domésticos por intoxicação ou animais peçonhentos pode ser esclarecida pelo número 0800-41-0148, no Centro de Informações Toxicológicas (CIT). O serviço presta orientações para profissionais de saúde e população em geral. Em Londrina o telefone é (43) 3371-2244 e em Maringá (44) 225-8484.

Voltar ao topo