O Senado aprovou, na última terça-feira, por unanimidade, o projeto de lei 93/08 (Lei Arouca), da Câmara Federal, que regulamenta procedimentos para uso de animais em experiências científicas, as chamadas cobaias.

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Entre as recomendações do projeto, que tentam evitar sofrimento e maus-tratos ao animal, deverão ser proibidos os bloqueadores ou relaxantes musculares nos experimentos.

Também consta do texto a criação do Conselho Nacional de Experimentação Animal (Concea), que será responsável pela formulação das normas. O projeto tramitava há 15 anos.

Enquanto a aprovação é comemorada pelo Ministério da Saúde, pois segundo o ministro José Gomes Temporão, isso reafirma o compromisso que o médico Sérgio Arouca tinha com a ciência e a saúde pública, pessoas que estão à frente de ONGs e associações que cuidam de animais são contra qualquer tipo de utilização de animais para experiências científicas.

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“Os animais sofrem muito nos experimentos, pois os cientistas os usam para recriar doenças dos seres humanos. Sem falar que 90% das substâncias testadas nos animais não chegam a ser utilizadas nos seres humanos. É uma crueldade torturá-los dessa maneira”, opinou a dirigente da Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba, Soraya Simon.

Para ela, a aprovação está ligada ao lucro das indústrias farmacêuticas, de cosméticos e limpeza, que utilizam substâncias advindas de animais em seus produtos.

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Para a diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Suzane Serruya, a aprovação do projeto é essencial para o avanço da pesquisa brasileira e para a inovação tecnológica. “Sem os testes pré-clínicos e clínicos não há como investir no Complexo Industrial da Saúde”, disse.

Em 1988, o Colégio Brasileiro de Experimentação Animal já havia determinado que animais para experimentos devem apresentar boas condições de saúde e se deve utilizar o mínimo deles para obter os resultados.