O jogo do bicho, aquele que sempre parece estar presente na cultura brasileira mesmo sendo ilegal, voltou a ser notícia no Paraná. E não estamos falando de pequenas apostas na esquina, mas de um esquema milionário e sofisticado que movimentou quase R$ 200 milhões.
O Ministério Público do Paraná, através do Núcleo de Londrina do Gaeco, acaba de denunciar 25 pessoas envolvidas em nada menos que 42 fatos criminosos. Tudo isso veio à tona graças à Operação Las Vegas.
As investigações começaram mirando a exploração de jogos de azar (principalmente o jogo do bicho), práticas de usura e lavagem de dinheiro. O que os investigadores descobriram foi algo bem maior: um empresário local comandava uma plataforma tecnológica de alcance nacional para gerenciar apostas ilegais.
Segundo a denúncia, essa plataforma digital gerava lucros enormes que precisavam ser “lavados”. Para isso, o grupo montou um esquema sofisticado que incluía empresas de fachada para movimentar o dinheiro e esconder a verdadeira propriedade dos bens, além de comprar imóveis e veículos de luxo.
O MP não pegou leve nas acusações: organização criminosa, lavagem de dinheiro, usura, falsidade ideológica e a contravenção do jogo do bicho.
Além disso, os promotores pediram à Justiça o confisco de quase R$ 200 milhões (R$ 197.716.102,00 para ser exata), valor que representa o faturamento bruto da organização em parte do período investigado. Também solicitaram o perdimento de dezenas de imóveis de alto padrão e veículos de luxo comprados com dinheiro ilícito, reparação por danos morais coletivos e o confisco do patrimônio dos principais denunciados e suas empresas.
A operação aconteceu em duas fases: a primeira em 30 de janeiro e a segunda em 16 de outubro deste ano, ambas com mandados de busca, apreensão e prisão.
O que chama atenção é a inconsistência patrimonial gritante entre o que os denunciados declaravam de receita e os valores que realmente movimentavam. Pelo visto, a sorte desse pessoal acabou virando um tremendo azar.



