Isopor reduz em até 10% os custos da construção

O uso de poliestireno expandido, mais conhecido como isopor, na construção civil pode baratear em até 10% os custos de uma obra. O material substitui a pedra brita na produção de blocos para vedação. Os tijolos são feitos com cimento, areia e isopor. O meio ambiente também sai ganhando já que o material ocupa muito espaço nos aterros sanitários. Alguns estudos apontam que ele pode levar até 150 anos para ser decompor.

Segundo dados da Associação Brasileira do Poliestireno Expandido (Abrapax), em 2000 o mundo produziu 2,95 milhões de toneladas e o Brasil respondeu por 15 mil, sendo 40 por dia, o que equivale a 70 caminhões. Com a finalidade de dar um destino mais adequado para o material, o chefe do Departamento de Construção Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), professor Eli Costa Cardona Aguiar, e o aluno Rodrigo Kanning, 27 anos, estudaram o uso do isopor na construção civil.

Eles criaram um bloco de concreto que tem a mesma função do tijolo de vedação. O isopor oriundo de embalagens de eletrodomésticos e eletrônicos em geral é triturado até atingir a forma de flocos, sendo em seguida misturado ao cimento e à areia. O material tem uma série de vantagens sobre o convencional, que é feito com a brita. Ele funciona como um isolante térmico, proporcionando uma diferença de até 4ºC em relação ao ambiente externo. Garrafas pet também ajudam a manter a temperatura mais agradável. Elas são colocadas vazias e tampadas dentro do blocos. Num protótipo de 25 metros quadros foram usadas 875 garrafas e 17 mil litros de isopor.

Além disso, o bloco feito com isopor é mais leve e provoca um desgaste físico menor nos trabalhadores, aumentando a produtividade. Outra vantagem que gera economia no canteiro de obras é a dispensa do uso de argamassa para juntar os tijolos. O bloco de concreto feito com o isopor se parece com material lego e as peças vão sendo encaixadas, por isso o projeto recebeu o nome de Legoleve. Também não é necessário quebrar as paredes para a instalação da tubulação elétrica e hidráulica. O bloco já vem com o espaço. "Somando tudo isso, calcula-se uma economia de 10% nos custos da obra", fala Rodrigo.

O estudante diz que o material é resistente, atendendo as normas técnicas. Algumas casas já usam a tecnologia. A Prefeitura de Pindamonhangaba (SP) construiu duas casas e há alguns exemplares no Paraná. Duas delas estão no Parque Ouro Fino, em Campo Largo.

A pesquisa feita na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) começou em 1999 e foram necessários vários estudos para se chegar ao material usado hoje. O Legoleve já ganhou vários prêmios. No ano passado ficou entre os cinco finalistas da região Sul no concurso do Banco do Brasil de Tecnologia Social. 

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