Invasões e favelas favorecem ocorrência incêndios

Na última quarta-feira, dezesseis moradores da Vila das Torres, em Curitiba, tiveram que sair às pressas de um barracão por causa de um incêndio. A única vítima foi um cachorro, que morreu carbonizado. Esse último incidente serve de alerta para todos os moradores das favelas de Curitiba e Região Metropolitana.

As ocupações irregulares, sem infra-estrutura e sem atendimento às necessidades básicas, como água, luz e esgoto, tornam-se verdadeiros chamarizes para a ocorrência de incêndios. Os conhecidos “gatos”, emaranhados de fios de eletricidade, são uma das principais causas desses acidentes. O vazamento de gás e o acúmulo de papelões recolhido pelos catadores e armazenado de maneira incorreta também proporcionam um ambiente de risco. O Corpo de Bombeiros (CB) chama a atenção para outro risco comum nessas regiões: o uso de álcool comum e combustível queimado em latas próximas às casas.

O tenente Eduargo Gomes Pinheiro, do CB, ressalta que, apesar de não haver estatísticas, os relatos de incêndio nas favelas são constantes. Por ser uma ocupação desordenada, comenta, o espaço mínimo entre as casas favorece o a propagação do fogo. Além da Vila Torres, outros pontos de preocupação são a Vila Zumbi e o Parolin. Segundo o Corpo de Bombeiros, uma loja de roupas usadas no Parolin pegou fogo nos últimos dias e, a pouca distância das demais casas, poderia ter provocado maiores prejuízos.

A conscientização e a educação são os fatores que poderiam evitar os acidentes nas favelas. Mas ele diz que o Corpo de Bombeiros não tem nenhum projeto que atinja os moradores dessas regiões, sobre evacuação e prevenção ao incêndio. “É uma questão social. Não temos como fazer uma vistoria na parte elétrica da favela e forçar que eles mudem. É preciso que eles se informem, e hoje é inadmissível que uma pessoa morra por não ter informação sobre os riscos”, concluiu.

Perigo nos aquecedores

O risco de contaminação por monóxido de carbono aumenta nesta época do ano. E o Corpo de Bombeiros volta a alertar que, com as baixas temperaturas previstas para o final de semana, todos os cuidados devem ser tomados no momento do uso dos aquecedores a gás. De acordo com o tenente Pinheiro, deixar a janela aberta não significa que uma pessoa está em segurança. Ele também explica que muitos dos acidentes ocorrem por causa da instalação incorreta dos aparelhos.

“O equipamento pode estar em ótimas condições, mas o perigo pode estar na localização do aquecedor. Se ele não tiver instalado num local de constante ventilação, os riscos de contaminação são maiores”, diz. Os principais sintomas da contaminação por monóxido de carbono são dores de cabeça, tontura, náuseas e enjôo.

Mas o tenente destaca que os sintomas podem variar para cada pessoa: “Alguns demoram mais tempo para perceber os sintomas da contaminação, e isso pode acarretar em morte”, alerta. Este ano já foram registradas duas mortes causadas pelo monóxido de carbono.

Voltar ao topo