Alunos de medicina da Faculdade Evangélica do Paraná foram proibidos de ter aulas práticas, na manhã de ontem, no Instituto Médico-Legal (IML). A medida foi adotada pelo diretor-geral do órgão público, Porcídio Vilani, no início deste ano. A presidente da Associação dos Médicos Legistas do Paraná, Maria Letícia Fagundes, protestou contra a decisão. “É uma medida descabida. É impossível mensurar os prejuízos que a comunidade terá, já que a formação do médico legista depende muito de aulas práticas bem realizadas”, desabafou. “A matéria de medicina legal não pode ser dada apenas nos livros, mas também na prática. Essa medida atrapalha a formação do médico legista e o prejuízo vamos ver mais para frente, quando não tivermos mais profissionais capacitados”, analisou.

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A proibição da entrada nas dependências do IML pegou de surpresa também os alunos, que até o final do ano passado tinham aulas práticas de medicina legal normalmente. “Acreditamos que essa medida pode comprometer o nosso currículo. Na aula no IML colocaríamos na prática o que vimos na teoria”, disse Lohanna Strauuhs, uma das alunas da Evangélica.

Críticas

A professora de medicina legal da Faculdade Evangélica do Paraná, Marilda Guimarães, também criticou a imposição do IML. “Hospitais há vários, porém, IML apenas um. Por ser instituição técnico-científica tem que ter abertura, principalmente por ser instituição pública”, comentou. Segundo Maria Letícia, a diretoria-geral do IML alega que não há condições físicas no local para as aulas práticas e algumas queixas contra a presença dos alunos foram registradas por parentes das vítimas. “É um absurdo. Nunca houve reclamação. Pedimos autorização para a participação do estudante, é questão ética”, apontou.

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