Desde 1989, o Brasil não apresenta casos de poliomielite. Para continuar isento dos registros da doença, todas as instituições estaduais de ensino superior (IEES) do Paraná, que mantém laboratórios com o vírus da poliomielite armazenados, deverão preencher o Inquérito de Contenção do Polivírus. A estimativa é de que 600 instituições com laboratórios em todo o Estado colaborem com o preenchimento do inquérito.
O principal motivo é evitar que o vírus acabe novamente atingindo a população. “Os laboratórios que apresentarem amostras do vírus anteriores a 1994 serão orientados a descartar de maneira correta os polivírus, e assim, evitar que a doença volte a se manifestar no País”, explica o superintendente de vigilância e saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), José Lucio dos Santos.
Os laboratórios que por ventura ainda realizam estudos científicos com os vírus, ficarão isentos do descarte, mas com restrições. “Os que ainda praticam pesquisas com o polivírus, serão melhor orientados sobre como manipular corretamente o material, para evitar também, possíveis acidentes no manuseamento dos polivírus”, explica Santos.
De acordo com a coordenadora de ciência e tecnologia da Secretaria e Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Jaqueline Veneza, todo esse procedimento irá contribuir para melhorias na saúde dos brasileiros.
“Todas as instituições serão fiscalizadas pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). Cada uma terá um técnico responsável por preencher o inquérito. A intenção é formar uma rede onde todos possam se cadastrar, e posteriormente, partir para recolhimento de outros vírus armazenados por laboratórios”, conta.
Para Veneza, o preenchimento do inquérito é um comprometimento das instituições com a saúde de todos. “Após responderem o inquérito, todas as universidades estarão comprometidas com a melhoria da saúde dos paranaenses”, acredita.
Pioneirismo
O Paraná é o primeiro estado brasileiro a realizar o cadastramento. “Por apresentar uma boa estrutura de base para a saúde, o Paraná foi escolhido pelo Ministério da Saúde e avaliado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a ser o Estado pioneiro na contenção do polivírus”, ressalta Santos.