Ao apontar queda de quase 1% no orçamento da Previdência no ano passado e perdas de R$ 4 bilhões em receitas no Paraná, membros da Força Sindical e do Conselho da Previdência denunciaram ontem a situação atual do INSS no Estado, relatando fraudes e apontando dados da Medida Provisória 242 e aumento da informalidade como pontos decisivos nas faltas que o sistema previdenciário no Brasil vem sofrendo. A principal denúncia se refere à MP 242, que altera as regras do auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez e salário-maternidade. Segundo Núncio Mannala, diretor da Força Sindical no Paraná e membro do Conselho da Previdência na Grande Curitiba, as alterações não foram acompanhadas por reformulações do sistema de distribuição da Previdência. ?Está paralisado em todo o País o recebimento de qualquer auxílio. Só na Região Metropolitana de Curitiba, são 17 mil benefícios parados?, revelou.

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Fraudes

Ele explicou que os repasses não são feitos porque os funcionários do INSS estão sem base de cálculo sobre as novas atribuições e a Dataprev, responsável pela informatização da Previdência, ainda não desenvolveu programa específico para isso. ?Em média, 2% dos trabalhadores recebem auxílio-doença no País?, quantificou o diretor. Ele justifica as fraudes na concessão dos benefícios – um dos motivos apontados para a edição da MP -, como de fato possíveis dentro da realidade do sistema de informação da Previdência. ?Sem receber investimentos há dez anos, qualquer um que entenda pouco mais de computador pode fraudá-lo?, disse Mannala.

Outro ponto destacado foram as aposentadorias, que em muitos casos, mesmo após a morte do beneficiário, continuam sendo recebidas pela família. Das cerca de 1,1 milhão de aposentadorias pagas no Paraná, cerca de 200 mil são fraudulentas, de acordo com dados do INSS e do Sindicato Nacional dos Aposentados.

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