Um índio, ainda não identificado, está causando surpresa em Maringá, no noroeste do Paraná. O rapaz, que aparentemente não tem mais de 20 anos, está “morando” no museu da Universidade Estadual de Maringá (UEM) há cerca de 20 dias.

continua após a publicidade

Porém, até agora ninguém sabe de onde ele veio e por que foi parar na cidade. O índio não fala português, o que dificulta ainda mais a comunicação e a descoberta de suas origens.

O professor do Departamento de História da UEM Lúcio Mota conta que o índio está na cidade há pelo menos dois meses. Segundo ele, logo que chegou o homem se abrigou na associação indigenista provisoriamente.

Os estudantes indígenas da UEM – que moram na associação – é que deram conta da presença dele. Porém, depois que acabaram as férias, os alunos não o encontraram mais. Foi aí que o visitante inesperado reapareceu na UEM, dessa vez encontrado por vigilantes.

continua após a publicidade

“A única coisa que temos certeza é que ele não é de nenhuma tribo do Paraná e nem da região sul, pois não fala as línguas das tribos daqui”, afirma o professor, que faz parte de um grupo de estudos indígenas.

Mota relata, ainda, a dificuldade na comunicação com o índio. “As pessoas acham que é só mandá-lo para sua tribo. Mas não é assim. Não podemos nos responsabilizar por tentar a aproximação e acontecer alguma coisa. Além do mais, ele é arredio. A responsabilidade é da Funai (Fundação Nacional do Índio)”, reclama.

continua após a publicidade

A UEM entrou em contato com a Funai de Londrina, mas, até agora, a situação não foi resolvida. A administradora do local, Evelise Machado, afirma que não há antropólogos disponíveis para ir até lá verificar a situação – as cidades ficam distantes cerca de cem quilômetros. Por conta disso, o órgão está fazendo contato com o Estado de Mato Grosso, pois há suspeita de que o índio tenha vindo de lá.

“Ele chegou a falar a palavra arara, que é o nome de uma etnia de Mato Grosso. Mas até agora não temos confirmações”, diz. A equipe de assistência social da UEM também está mobilizada.