Incubadora incentiva jovens empresários

Jovens da periferia de Curitiba estão tendo a oportunidade de investir no próprio negócio e gerar emprego e renda. Isso está sendo possível graças ao projeto de uma incubadora de empresas que visa a estimular jovens empreendedores. Eles organizaram um núcleo de moda e confecção no bairro Cajuru e nesta semana começam a oferecer os produtos no mercado.

O trabalho está sendo gerenciado pela organização não governamental (ONG) Comunidade Empreendedores de Sonhos, que tem como foco o desenvolvimento regional através de empreendimentos juvenis. Presente em quatro estados – Ceará, Paraná, Santa Catarina e Bahia – a ONG chegou ao Paraná há dois anos e procurava uma parceira para desenvolver sua primeira experiência no Estado.

De acordo com o executivo-social da ONG, Marcelo Costa, a Prefeitura já mantinha no bairro uma iniciativa do Modelo Curitiba de Colaboração, voltado para iniciativas de urbanização, saúde, educação e geração de renda. “E foi através dessas ações que identificamos a vocação do bairro, que são confecção e moda”, comentou.

Depois dessa fase, iniciaram o processo de seleção dos jovens, que participaram de diversos cursos e treinamentos em áreas como empreendedorismo, estilismo, marketing, gestão de negócios e design. Um diferencial do projeto, ressalta Marcelo Costa, é que além de trabalharem de forma setorizada, os jovens atuam em rede, ou seja, reúnem pequenos empreendimentos que se tornam parte do setor.

Nesse caso, eles já contam com uma cooperativa de costureiras, modelagem e serigrafia. “Uma característica desse projeto é ser gerador e multiplicador. Queremos gerar emprego e dar oportunidade para outros participarem”, explicou Costa. Hoje estão instaladas na incubadora – que fica dentro de um barracão do Linhão do Emprego – seis marcas ativas e outras três em processo de criação.

Exemplos

As estudantes e sócias Adriane Vobedo e Tatiane Murato resolveram investir na moda jovem. A expectativa das jovens empreendedoras é colocar no mercado, inicialmente, 240 peças com a marca Frágil. Elas já desenvolveram um mostruário e fizeram diversos contatos com empresários do setor varejista.

A ex-telefonista Luciana Castilho ficou sabendo do projeto em um edital na escola, e resolveu investir em roupas para o segmento surfe com a marca Mata Noi. Ela aposta que, trabalhando para um segmento diferenciado, que busca roupas com identificação de grupos ou estilo, será mais fácil entrar no mercado.

Essa identificação com segmentos, e principalmente com a responsabilidade social, fez com que Ubirajara Barbosa Fonseca, que trabalhava como operador de telemarketing, voltasse sua criação para simpatizantes da cultural oriental e praticantes de ioga. “Isso com certeza vai agregar valor às peças, pois trabalha dentro do conceito de consumo responsável”, afirmou.

O estudantes Clayton Pereira e Cleber Rodrigues da Costa resolveram investir nas habilidades e estilo de vida para projetar nas confecções. Clayton criou a marca Crew, inspirada no hip hop, e Cleber a Dark Dream, moda skate.

Além das marcas criadas pelos empreendedores, as roupas que saírem da incubadora receberão o selo Teia de Luz, para identificar os produtos como vinculados a um projeto de responsabilidade social.

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