Inclusão social na Vila Zumbi

O futebol tem sido usado como pano de fundo para atrair meninos e meninas em um projeto social na Vila Zumbi, uma das regiões mais carentes do município de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. A Escolinha de Futebol Esperança Viva atende cerca de 200 crianças de 6 a 17 anos, que, além da atividade física, contam com reforço escolar e cursos profissionalizantes. A proposta da iniciativa é dar uma oportunidade para essas crianças, muitas das quais vivem em contato direto com a marginalidade.

O projeto da escolinha, que ontem completou cinco anos, surgiu a partir do Projeto Esperança Viva, de iniciativa da Igreja Batista do bairro Bacacheri, que oferece, dentro de um ônibus, tratamentos odontológico e psicológico, além da distribuição de medicamentos e apoio no tratamento às drogas. ?A proposta, que surgiu do ex-jogador de futebol Marcão, era oferecer uma atividade para as crianças não ficarem ociosas?, explica um dos coordenadores do projeto, Jason Montechiari Figueira.

A idéia deu tão certo que entre os alunos que já passaram pela escolinha dois foram chamados para ingressar em escolas de base de clubes de futebol da capital. Além disso, outros ex-alunos conseguiram ingressar na faculdade, e ser selecionados para a carreira militar. ?Através do esporte estamos mostrando que eles têm outras possibilidades de ter uma oportunidade na vida?, comentou Figueira.

Uma condição básica para participar do projeto, explica o professor Sérgio de Paulo Brea, é freqüentar a escola e conseguir boas notas. ?A cada dois meses os pais das crianças precisam trazer o boletim escolar.?

Exemplos

É o caso da vendedora Terezinha Ana Cruz da Silva, que ficou sabendo do projeto através de uma vizinha e matriculou a filha Jéssica Cristina Abreu da Silva, de 7 anos, na escolinha de futebol. ?Como ela é filha única, ficava muito tempo sozinha, e brigava para ficar na rua com outras crianças. Depois que ela entrou no projeto, fez várias amizades?, afirmou.

Edvilson Bonetes dos Reis, de 17 anos, hoje colabora como instrutor da outras crianças. ?Eu tinha a oportunidade de vir pra cá ou ficar na rua. Sei que fiz a escolha certa?, afirmou.

Mas não é só o reconhecimento das crianças e pais. O trabalho da Escolinha Esperança Viva foi selecionado como um dos 30 finalistas ao Prêmio Fundação Itaú Social e do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Ele concorreu com outros 1.682 projetos brasileiros que atuam em redes de educação e proteção social. O resultado final do prêmio será divulgado em dezembro.

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