A ponte que liga o Paraná ao Mato Grosso do Sul, na região de Porto Camargo, foi fechada na manhã de ontem por um grupo de ilhéus que, desde domingo, ocupa a Ilha Bandeirantes, no Parque Nacional de Ilha Grande, no Noroeste do Paraná. O trânsito no local só foi normalizado no início da tarde. Sob a liderança do presidente da Associação dos Ilhéus antigos de Ilha Grande, Eduardo Ortt, os manifestantes tomaram a área como protesto pela demora no pagamento da indenização prometida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no ato da criação da unidade de conservação, em setembro de 1997. "Não somos invasores. Estamos voltando para a nossa terra", disse o líder. Segundo ele, 43 mil hectares dos 78 mil que formam o parque estão documentados como de propriedade dos ilhéus. "Em 2002 foram liberados R$ 70 milhões para o início do processo de regularização e até agora nada foi feito", assegura. Os 200 ilhéus anunciaram que hoje iniciam a contrução de casas com madeira da Ilha Grande. Eles asseguram que só deixam a região quando a União efetuar o pagamento justo para cada ilhéu.
Ibama
Aparentemente, o Ibama não se sensibilizou com a movimentação na Ilha Grande e anunciou que ainda essa semana entrará com um pedido de reintegração de posse da área junto à Justiça Federal. O superintendente do instituto no estado, Marino Gonçalves diz que nada justifica a ação ilegal, pois o órgão está cuidando do processo de regularização fundiária como uma das prioridades nacionais. Mais do que acionar a justiça, o Ibama alerta que os invasores poderão ser multados por promoverem danos à unidade de conservação, respondendo por crime ambiental.