Ikebana e o respeito ao ambiente

O respeito ao ambiente e às pessoas está sendo ensinado pelo manuseio de flores. Oito crianças carentes, atendidas pelo Projeto Piá Arlete Richa, estão aprendendo a criar ikebanas no Centro de Ikebana Mieru Hana, em Curitiba. Ontem elas participaram da quarta aula e já criam suas obras. Segundo o professor Dario Luiz Dell?Aglio, os pequenos levam uma vantagem sobre os adultos: têm mais sensibilidade.

O curso dura três meses. Na primeira aula eles tatearam as flores, sentiram que elas têm vida e aprenderam que devem respeitá-las. Na segunda começaram a trabalhar com a teoria, estudaram linhas, ângulos, espaços preenchidos e vazios e ainda a combinação de cores. Na última aula trabalharam com a formação de linhas retas vibrantes. O material usado para o suporte foi o trigo. O restante eram acessórios para enfeitá-lo. Este foi um dos momentos usados para ensinar o respeito, já que o trigo era o principal elemento e devia preponderar sobre os outros materiais. Dario diz que as crianças sabem a medida exata das flores para conseguir a harmonia, já os adultos tem mais dificuldade. Para o professor isto acontece porque são mais materialistas e não conseguem ver somente o arranjo, ficam imaginado o espaço onde ele vai ficar. “O tamanho da sala”, exemplifica. Todas as flores podem ser usadas na criação dos arranjos e isto é uma ótima oportunidade para as crianças conhecerem algumas. É o caso de Marcela Braga Beliche, de 10 anos. “Eu não conhecia o minicrisântemo”, diz, acrescentando que deu um dos arranjos feitos nas aulas de presente para a avó. “Ela adorou.”

Kioma Pantestein, 13, conta que não tinha a mínima idéia que dava para criar tantos ikebanas diferentes e diz que já aprendeu muitas coisas, como o respeito ao ambiente.

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