A direção do Hospital Universitário (HU) de Maringá pediu esta semana que o Samu e o Siate encaminhem ao pronto-socorro do hospital somente casos de extrema urgência. O envio do comunicado oficial foi feito porque não há mais espaço nem nos corredores do hospital para atender os pacientes.
Além disso, o documento é uma forma de o HU, único pronto-socorro da região, se proteger de penalidades legais caso haja algum problema no atendimento em função da superlotação. O hospital é responsável pelo atendimento de uma região com cerca de 1 milhão de pessoas. ?Temos capacidade de 25 leitos, mas nós colocamos macas e cadeiras nos corredores e salas para dar atendimento. Mas mesmo assim a capacidade máxima é para 80 pessoas e já estamos com 79. Mais do que isso, não tem condições?, explicou o superintendente do HU, Daoud Nasser. Entre os pacientes que estão internados no pronto-socorro, cinco deveriam estar na UTI, porém também não há espaço em nenhum dos oito leitos do hospital.
Apesar do pedido, Nasser garantiu que qualquer paciente que for levado ao PS será atendido. O gerente de atenção a urgência e emergência da Secretaria de Saúde de Maringá e coordenador regional do Samu, Carlos Alberto Lagos, afirmou que esse comunicado foi uma decisão conjunta do hospital e dos órgãos que fazem atendimento de emergência para ?que haja respaldo legal perante órgãos como o Ministério Público, caso não haja possibilidade de internação?, afirmou.
Solução
Segundo Nasser, o que se pode fazer é ?terminar de construir o hospital?. Isto é, ampliar o número de leitos convencionais e de UTI, ampliar a enfermaria, o centro cirúrgico e os laboratórios. ?Queremos concretizar o nosso hospital. Ali foi feito um pronto-socorro em 1988, que se transformou em Hospital Universitário?, explicou. Hoje, sem contar o PS, o HU tem 85 leitos e, de acordo com o superintendente, é preciso pelo menos 300.
Para buscar uma solução para o problema, a direção do hospital e a Reitoria da Universidade Estadual de Maringá estão formulando um plano diretor de ampliação do HU. O estudo deve ficar pronto no final de janeiro. ?Vamos buscar ajuda e recursos nas três esferas do poder?, afirmou Nasser. A idéia é construir um hospital proporcional ao tamanho do PS, para dar vazão aos pacientes que entram na emergência.
Investimentos
A Secretaria de Estado da Saúde informou que repassa anualmente ao HU R$ 1,2 milhão. Entretanto, recursos para a ampliação física têm que ser disponibilizados pela secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia. Por causa das férias coletivas, a reportagem de O Estado não conseguiu contato com a secretaria para saber se há planos neste sentindo para 2007.
