Foto: Aílton Santos/Jornal Hoje

Corredores estão lotados.

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O Hospital Universitário de Cascavel continua com o problema da superlotação, mas não é sempre, segundo o diretor-geral Alberto Pompeu. Ele afirma que a demanda sempre está acima da média e, por isso, o atendimento fica comprometido. O problema estaria resolvido, segundo Pompeu, se o sistema da região – a 10.ª Regional de Saúde – fosse melhor gerenciado.

"Falta uma melhor gestão do sistema. São muitos os hospitais credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas como somos referência no tratamento de alta complexidade, acabam sempre encaminhando os pacientes para nós, o que alguma vezes causa o acúmulo e a sobrecarga. A grande demanda é que complica o nosso atendimento", afirma Pompeu. Ele ainda explica que o HU é a única unidade pública da região e atende, além de pacientes do Oeste do Estado, também do Mato Grosso do Sul e até brasileiros que vivem no Paraguai. Estando sobrecarregado, segundo ele, o atendimento no hospital demora. "O número de leitos e profissionais é insuficiente para toda essa demanda", afirma o diretor-geral do hospital.

De acordo com o diretor da 10.ª Regional de Saúde de Cascavel, Jorge Trannin, esse problema da superlotação do HU é muito mais complexo do que ausência de leitos. "O que temos aqui em Cascavel é uma desestruturação total do sistema", afirma. Trannin explica que cerca de 30 mil pacientes por mês passam pelo Posto de Atendimento Continuado (PAC) do município. Desses, entre 100 e 120, por dia, são encaminhados ao pronto-socorro do HU, que atende alta complexidade, quando deveriam ser redirecionados a centros de média e pequena complexidade, que existem na região.

"A unidade básica de saúde deve dar resolubilidade para evitar a doença. No entanto, se o paciente vir a ficar doente e ser atendido pelo PAC, este deve encaminhá-lo de acordo com o grau de complexidade. Quando o paciente chega ao HU, ele não deveria ser tratado. O HU deveria, sim, entrar em contato com a central de leitos e verificar para onde o paciente deve ser redirecionado", explica o diretor da 10.ª Regional.

Desorganização

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Especificamente sobre o HU, o diretor da regional afirma que é preciso que a instituição também faça sua parte, utilizando a central de leitos, dando alta aos pacientes já aptos e orientando os pacientes de que eles podem procurar outro hospital. "De dezembro até o último dia 15, foi registrada uma média de quatro internações por dia do HU. No entanto, lá tem quarenta pacientes que, ou não precisam ser internados ou são de média ou pequena complexidade", afirma Trannin.

Solução

O problema na regional, segundo o diretor, não é leito. "Se o HU não começar a acionar a central de leitos, como é que vou poder ajudar. Leito tem, mas cada setor precisa fazer sua parte", garante Trannin.