Depois de dois anos fora de operação, o Hospital Erasto Gaertner reativou o serviço de tratamento da dor, destinado à pacientes considerados fora da possibilidade de tratamento. Fatores econômicos estão entre os motivou que provocaram a interrupção do atendimento, iniciado há 10 anos. Segundo o coordenador do programa e presidente da Sociedade Paranaense de Estudos da Dor, Roberto Bettega, entre 40% e 50% dos pacientes apresentam dor no diagnóstico e 80% quando a doença está evoluída.
O serviço é realizado pelo Grupo Interdisciplinar de Suporte Terapêutico (Gisto) e conta com diversos especialistas na área médica, como enfermagem, fisioterapia, assistência social, psicologia e voluntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer. Eles controlam os sintomas que os pacientes sem possibilidade de tratamento apresentam. A dor é o principal deles.
Bettega explica o tratamento deste sintoma melhora a qualidade de vida das pessoas. Ele diz que existem pacientes fora da possibilidade de tratamento, mas que vivem até três anos. Neste período, podem continuar desenvolvendo suas atividades e viver com dignidade.
O país tem avançado nesta área, mas muitos hospitais não mantém o programa porque não querem destinar verbas para este tipo de paciente. Além disto, muitos profissionais não sabem como lidar com um dos principais remédios contra a dor: a morfina (opioides). Segundo ele, existe o medo de que o medicamento provoque depressão respiratória, vício e que deve ser usado só para o paciente que está morrendo. Mas estudos confirmam que isto não verdade. “Bem manipulada e bem indicada vai trazer bons resultados”, comenta.
O médico diz ainda que é possível tratar qualquer tipo de dor, principalmente os provocados por doenças crônicas e a morfina também é um dos principais medicamentos para estes casos. Ele fala que a população precisa aprender a cobrar este tipo de atendimento. No Paraná, o Sistema Ùnico de Saúde só destina verba para pacientes com câncer.


