Hospital é acusado de segregar espírita

A recém-formada em enfermagem Raquel Santos Aparício denuncia que foi vetada em um teste para trainee no Hospital Evangélico por ser espírita. Ela conta que conseguiu passar em todas as fases de classificação, mas terminou barrada na entrevista psicológica, depois que comentou sobre o seu credo. No entanto, o gerente de recursos humanos do hospital, Luiz Alberto Buba, afirma que havia apenas seis vagas, e a religião das pessoas não é um ponto levado em conta na hora de selecionar os candidatos.

Os testes para selecionar recém-formados começaram na metade de julho. Raquel conta que dos 26 candidatos inscritos para a prova escrita, sobraram 12. O segundo teste foi uma dinâmica de grupo, onde restaram oito pessoas, entre elas Raquel. Segundo a estudante, havia comentários de que todos seriam contratados, já que havia seis vagas para o Evangélico e duas para o hospital que a instituição mantém no Bairro Novo. Raquel afirma que eles chegaram até a pedir os documentos para realização dos contratos para todos os candidatos.

Porém, na última entrevista com a psicóloga, ela foi questionada pelo fato de não ter preenchido a religião na ficha com seus dados pessoais. Disse então que acreditava em Deus e, depois, que seguia os princípios do espiritismo.

No outro dia, Raquel foi informada de que não havia sido escolhida. Uma amiga que trabalha no hospital conversou com uma das coordenadoras do programa, que afirmou não ter entendido por que a estudante não havia sido selecionada, já que seu desempenho estava entre os melhores. Outro funcionário, amigo da família, teria comentado que conversou com a psicóloga e ela revelou que o problema foi a religião.

Mas o gerente de recursos humanos do hospital insiste que havia apenas seis vagas na instituição, já que o programa de trainee é realizado apenas no Evangélico, e que foram escolhidos os candidatos que tinham o melhor perfil.

Documentação

Quanto à documentação, ele não sabia se realmente havia sido pedido à estudante. Mas confirmou que normalmente isso só é feito quando o contrato vai ser efetivado. Luiz fala ainda que existem vários funcionários no hospital que possuem religiões diferentes da evangélica. Inclusive o pai de Raquel já havia trabalhado no Evangélico, como gerente no setor de recursos humanos.

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