Hospital de Dermatologia Sanitária festeja 77 anos

Referência em tratamento de doenças dermatológicas no Estado, em especial a hanseníase (lepra), o Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná (Hospital São Roque), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), comemorou esta semana 77 anos de existência. A data foi comemorada ontem, com missa em Ação de Graças durante a manhã e, à tarde, com uma palestra do diretor da instituição, Antônio Cleudo Lopes, que fez um balanço das ações do hospital durante esses anos.

Diretores da secretaria, convidados e funcionários do hospital participaram das comemorações. Na palestra foram apresentadas as ações realizadas pelo hospital desde o início da atual gestão, em janeiro. O principal destaque é o incentivo à integração dos doentes de lepra que vivem no hospital com a comunidade e a família. Além disso, médicos do São Roque fazem uma visita mensal aos pacientes que já receberam alta para acompanhamento da recuperação em relação à doença. “Esse acompanhamento e a integração com a família é de grande importância porque 100% dos nossos pacientes possuem algum grau de deficiência física ou mental”, acrescentou Antônio Cleudo.

O hospital, localizado em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, possui hoje 168 leitos e 73 pacientes em tratamento de hanseníase. O São Roque atende também pacientes com problemas de úlceras e surtos psiquiátricos. A Secretaria da Saúde, no primeiro semestre de 2003, gastou cerca de R$ 2 milhões com o tratamento de pacientes com hanseníase e outras doenças. A receita do Hospital São Roque foi de apenas R$ 39,7 mil no mesmo período. “Faremos o possível para que o São Roque aumente sua receita até o fim do ano que vem”, disse o diretor do Departamento de Gerência em Serviços, Antônio Paulo Malmann.

A doença

A hanseníase é uma doença infecciosa, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacteruim leprae). Ela afeta principalmente a pele e os nervos periféricos e é transmitida de pessoa para pessoa mediante o contato com pacientes não tratados ou portadores. Os principais sintomas são manchas esbranquiçadas ou avermelhadas sem sensibilidade ao calor, ao frio e ao toque; dor próxima ao cotovelo, joelho e tornozelo, e queda dos pelos do corpo.

Atualmente, o tratamento dura no máximo um ano e é totalmente ambulatorial, ou seja, o paciente não precisa mais ficar internado. Ele é gratuito e pode ser encontrado em todos os municípios do Paraná. Se for detectada precocemente, a doença não deixa seqüelas graves.

O Brasil é o segundo país no mundo em número de casos – são 500 mil, perdendo apenas para a Índia. No Paraná, o indicador é bem menor e o número de casos vem caindo a cada ano, atingindo, em 2001, a média de 1,54 caso por 10 mil habitantes. Hoje, estão em tratamento cerca de 2 mil pacientes em todo o Estado.

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