Hospital de Clínicas pede socorro de R$ 1 milhão à Saúde

Um milhão de reais por mês é o que o Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba precisa para manter suas contas em dia e encerrar o ano sem dívidas. Caso isso não ocorra, o déficit nas contas do hospital vai continuar.

A informação foi divulgada ontem pelo reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Augusto Moreira Júnior, e o diretor do HC, Giovanni Loddo, quando os dois fizeram solicitação da verba extra ao Ministério da Saúde.

O dinheiro seria utilizado para custeio das despesas e para poder proporcionar um atendimento digno, sem crise, segundo o diretor do hospital. ?Sem esse dinheiro, não vai ser um dos anos mais fáceis?, alertou Loddo, que também apontou que o principal problema do HC atualmente é a falta de recursos humanos.

Para ele, o investimento do ministério seria apenas um pagamento por serviços já prestados pelo HC ao Sistema Único de Saúde (SUS) e que não são pagos, além da correção da tabela. ?Temos hoje um déficit mensal que varia de R$ 700 mil a R$ 1 milhão. Até setembro, vamos procurar empurrar com a barriga.?

Com cerca de 840 mil atendimentos por ano, em dezembro o HC recebeu quase R$ 12 milhões, valor utilizado para quitar 70% das dívidas acumuladas e para comprar os insumos de janeiro, tradicionalmente um mês difícil no orçamento do hospital. ?Em dezembro, tivemos uma mudança radical no orçamento do hospital, mas foi uma solução temporária?, comentou o reitor.

Desse valor, parte foi repassada pela própria UFPR, além de verba destinada pelo Ministério da Educação (MEC). O resto é proveniente dos atrasados do SUS e de emenda da bancada dos deputados federais. De acordo com a administração, no fim de 2006, a dívida do HC era de mais de R$ 20 milhões, com arrecadação de mais de R$ 78 milhões. O saldo negativo diminuiu no fim do ano passado, quando a instituição fechou com dívida de cerca de R$ 6 milhões e arrecadação de quase R$ 88 milhões.

Ontem o HC também lançou uma campanha pela conscientização e clareza no preenchimento dos prontuários médicos.Moreira Júnior ressaltou que os profissionais devem lembrar que os prontuários são muitas vezes utilizados inclusive para pesquisa, de dez a 15 anos depois de feitos.

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