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Homem percorre bairros de Curitiba fazendo consertos

Na boleia de um Kadett ano 89, Agnaldo Sidnei Ferreira percorre cerca 120 quilômetros por dia pelos bairros de Curitiba exercendo uma profissão que para muitos já está extinta: restaurador de panelas. Durante seis dias da semana, ele sai de São José dos Pinhais logo cedo e segue rumo à capital para cumprir uma função que já é tradição familiar. Hoje, 16 pessoas da família trabalham no ramo. Tudo começou com o tio José Domingos Campanhoro, que ensinou tudo sobre panelas aos parentes. “Ele é de Maringá e lá já consertava panelas”, conta.

Segundo Agnaldo, não há concorrência. Antes de sair, eles combinam o roteiro para não haver confusão. “Cada um vai pra um canto da cidade. Eu percorro mais esses bairros da região sul, como Capão Raso, Novo Mundo, Pinheirinho e Fazendinha. Mas vou pra outros bairros também”, relata.

Gerson Klaina
Lourdes levou três panelas e aprovou o serviço.

Ontem, a Tribuna encontrou Agnaldo trabalhando nas ruas do Bairro Novo. Com uma pequena caixa de som instalada no teto do carro, ele dirige lentamente, aguardando os clientes saírem para buscar salvação às suas velhas panelas. Sua pequena oficina é transportada no porta-malas. Com uma bateria de carro, ele usa um afiador elétrico e uma parafusadeira. Quatro gavetas perfeitamente projetadas para o espaço completam a oficina.

O reformador tira em média cerca de R$ 100 por dia, mas afirma que, como em toda atividade autônoma, há dias ruins e bons. “Estou há 16 anos na lida. Sei como funciona e às vezes acontece de não ter muito serviço. Mas sempre consigo alguma coisa. O importante é não faltar trabalho”, diz.

Dona Lourdes Maria solicitou os serviços de Agnaldo pela primeira vez. De uma só vez consertou três panelas de pressão. “Pelo preço vale muito a pena. Se não, teria que ir numa loja mais longe, pegar ônibus. Assim é mais fácil e não dói no bolso”, afirma. Acabado o serviço, Agnaldo continuou sua peregrinação pelas ruas da região do Capão Raso e Novo Mundo em busca de mais trabalho. “Esse tipo de atividade nunca vai acabar. Afinal, panela velha é que faz comida boa, certo?”, brinca.

Gerson Klaina

Sem dono

O aeroviário aposentado Dimas Garcia, 68, reclama da falta de sinalização na Rua Waldemiro Bley, no Capão Raso. “A rua é mão dupla, mas não fizeram nenhuma faixa no chão. Além disso vários carros estacionam em cima da calçada. Parece uma rua sem dono”, reclama.

Menos tinta

Quem vive no Novo Mundo reclama das pichações em casas, prédios e lojas da redondeza. “Está na hora de alguma coisa ser feita. É muito feio”, lamenta a costureira Marilda Fabri, 62.