HC disputa verba extra do governo federal

O Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná recebe na próxima quinta-feira representantes da Comissão Interinstitucional de Recuperação dos Hospitais de Ensino – formada pelos ministérios da Saúde, Educação, Planejamento e Ciência e Tecnologia -, responsável pela certificação dos hospitais de ensino do Brasil. A certificação é o primeiro passo para que o hospital entre num programa de readequação e reequilíbrio econômico do governo federal.

Neste segundo semestre, os 45 hospitais federais de ensino do Brasil receberão R$ 50 milhões do Ministério da Saúde. A parcela que cada um vai levar ainda não foi definida. Hoje essas instituições devem juntas R$ 380 milhões. A dívida do HC é de R$ 9 milhões, concentrada principalmente com fornecedores.

O diretor-geral do HC, Giovani Loddo, explicou que o hospital já está se adequando a uma das exigências do programa, que é atender mais a casos de alta complexidade e servir como referência. Hoje o HC já encaminha os casos de menos gravidade para as unidades de saúde do município. Essa reorganização do atendimento é fundamental para que o sistema funcione: “Atualmente estamos incentivando que as pessoas migrem lentamente para o local de atendimento correto. Houve entre 60% e 70% de melhora”, explicou.

O presidente da Associação Brasileira dos Hospitais Universitários e de Ensino (Abrahue) e diretor-geral do HC da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Amâncio de Carvalho, disse que por esse novo programa, chamado de financiamento global, os hospitais universitários terão que estabelecer metas de atendimento e gastos com os municípios e representantes do Sistema Único de Saúde (SUS). “Antes se recebia apenas pela tabela, que não tinha os valores adequados, causando prejuízo ao hospital. Agora, a tabela permanece nos procedimentos mais complexos, mas nos outros será trabalhado com acordos entre as universidades e os municípios”. Ele lembrou ainda que as universidades também terão um papel maior no treinamento de funcionários das unidades de saúde.

O HC da UFPR, por exemplo, recebe em média R$ 4 milhões mensais do SUS. “Tem mês que recebo R$ 3 milhões e no outro recebo R$ 5 milhões. Não há como fazer planejamento”, explicou Loddo. Ele disse que no acordo que vai propor à Prefeitura de Curitiba, após ser certificado, irá pedir R$ 6 milhões mensais, o que é suficiente para o custeio do hospital.

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