HC busca voluntários para testar medicamento

O Hospital de Clínicas (HC) da UFPR, em Curitiba, está precisando de voluntários para a realização de estudos clínicos com novos medicamentos para controle do diabetes tipo 2. A doença geralmente se manifesta em pessoas com problemas de obesidade, no decorrer da vida adulta.

Segundo o médico endocrinologista e coordenador do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do HC, Henrique de Lacerda Suplicy, estão em andamento sete testes com medicamentos diferentes para diabetes tipo 2 fabricados nos EUA. Todos os medicamentos passam por quatro fases de testes que, em média, levam dez anos para serem concluídas.

A primeira é realizada com animais e tem como objetivo verificar efeitos colaterais. A segunda é realizada com um grupo pequeno de pessoas e também tem como função a verificação de efeitos colaterais. A terceira, também com seres humanos, visa determinar a dosagem correta do medicamento. A última, chamada “duplo cego”, utiliza doses do medicamento e de placebo (substância sem princípio ativo) com a participação de um grande número de pessoas em todo mundo.

“No HC, estamos participando da quarta fase de testes”, conta o endocrinologista. “Parte dos voluntários recebem o medicamento e outra parte recebe o placebo.” Nem os médicos nem os pacientes sabem ao certo quem está tomando o medicamento ou o placebo. Periodicamente, os voluntários se submetem a uma bateria de exames, que são enviados aos EUA. Os resultados chegam por fax. “Quando o período de testes for encerrado, saberemos quais os voluntários que tomaram o medicamento e quais os que tomaram placebo”, explica o médico. “Então verificaremos os efeitos do teste no organismo de voluntários dos dois grupos.”

Antes de participarem do teste, os voluntários são informados de que podem vir a ingerir o placebo, que não causa mal algum à saúde, em vez do medicamento. Todos passam por uma entrevista, são constantemente acompanhados por uma equipe médica e, periodicamente, fazem exames gratuitos a serem enviados aos EUA. A quarta fase dos testes costuma durar de um a um ano e meio.

O microempresário Valdelino Felipetto, de Curitiba, conta que se tornou voluntário em janeiro. Como as outras pessoas que se submetem ao teste, ele não sabe se está ingerindo o medicamento ou o placebo, mas já sentiu alguns efeitos da utilização do produto. “Não sei se é psicológico ou não, mas eu tinha um formigamento constante na ponta dos dedos que nunca mais senti depois que comecei a me submeter ao teste”, afirma. “Acho que vale a pena ser voluntário pois, se o medicamento testado tiver resultados positivos e começar a ser comercializado, vai beneficiar não só a mim, mas a todas as outras pessoas que têm o mesmo problema.”

Quem quiser se tornar voluntário deve ligar para (41) 9602-3344 e solicitar informações.

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