Resgate

Grupo ilhado em Santa Catarina volta a Curitiba

Parte dos alunos que ficaram isolados desde sábado no parque aquático Cascanéia, em Gaspar, Santa Catarina, voltou ontem a Curitiba. Os grupos tiveram ajuda do Corpo de Bombeiros do Paraná e de Santa Catarina e precisaram andar por trilhas até encontrar um acesso à rodovia.

Os alunos dividiram o espaço no parque com cerca de 600 turistas, que começaram a deixar o local. O parque acabou se transformando em um abrigo para os atingidos pelas chuvas.

Os alunos do Colégio Estadual Roberto Langer Júnior, que saíram no último sábado de Curitiba e pretendiam voltar no domingo, depois de visitar o parque temático Beto Carrero, em Penha, contam que em nenhum momento passaram dificuldades.

“Eles forneceram comida e cobertores”, garante Emerson Patric Carvalho, de 15 anos. No entanto, lembram que tiveram de se adaptar a uma rotina pouco comum. “Como era muita gente, a comida não estava sendo servida à vontade, e a luz era ligada em algumas horas do dia”, conta Rodrigo Andrade, de 15 anos.

Amanda Carvalho, 13 anos, comenta que as pessoas que estavam no parque começaram a ficar assustadas quando as águas das piscinas ficaram cobertas de barro e a vegetação foi trazida pela enxurrada.

Lucimar do Carmo
Quedas de barreiras ainda impedem que tráfego seja liberado na BR-376.

As professoras de Educação Física Márcia Claro e Alexina Ferreira lembram que a situação mais complicada que enfrentaram no parque foi a tentativa de acalmar os alunos, que se assustaram com a explosão de um gasoduto próximo ao local.

“Eles já estavam dormindo quando ocorreu a explosão e parece que a noite virou dia. Muitos achavam que o fogo iria atingir o local e se desesperaram”, lembra Márcia.

A professora conta ainda que os proprietários e funcionários do parque prestaram toda a assistência necessária aos turistas, mesmo sabendo que suas famílias, longe do local, também enfrentavam problemas.

“Alguns funcionários perderam parentes nessa tragédia e faziam os trabalhos chorando. Foi então que resolvemos criar comissões e dividir as tarefas”, diz Alexina.

Segundo as professoras, o que pesou na decisão de se aventurar na trilha para deixar o parque foi o fato de que o local começou a receber pessoas retiradas de desabamentos. “A toda hora começavam a chegar militares com pessoas feridas ou desalojadas”, afirma Márcia.

Ela relata que, para chegar até o ônibus que os trouxe de volta a Curitiba, foi preciso caminhar por cerca de 10 minutos em uma trilha, com acompanhamento dos bombeiros. “Para os alunos passarem por uma ponte eles fizeram um cordão humano”, explica.

Rodovia ainda interrompida

Flávio Laginski e Rosângela Oliveira

O tráfego na BR-376, entre Curitiba e Santa Catarina, não tem previsão de ser liberado. Ontem, um novo deslizamento de terra atrapalhou os planos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Autopista Litoral Sul, concessionária responsável pelo trecho, em liberar, aos poucos, o tráfego na via.

Os motoristas que precisam seguir para o estado vizinho estão encontrando congestionamentos na BR-116, que teve seu fluxo aumentado, tanto no sentido sul quanto norte.

A BR-376 está com o tráfego interrompido nos dois sentidos desde segunda-feira. Existe interrupção também em trechos da BR-101. Isso em função de quedas de barreiras ocasionadas pela intensa chuva do fim de semana.

Os pontos críticos estão nos quilômetros 684 da BR-376 e 13 da BR-101. A PRF informou que, mesmo com a limpeza no trecho da rodovia 376, a estrada só será liberada após a reabertura do quil&ocirc,;metro 13 da BR-101, que teve problemas com a queda de um barranco. A Viação Catarinense, que havia suspendido as linhas com destino a Santa Catarina, informou que está retomando a operação da maior parte dos trechos.

A única exceção é para Itajaí. Também em função das chuvas, os Correios suspenderam os serviços de Sedex 10 e Sedex Hoje para Santa Catarina. Os demais serviços de estão operando, mas o prazo de entrega pode ser mais longo.

Em Paranaguá, a Capitania dos Portos do Paraná suspendeu a navegação noturna no porto, já que uma bóia de sinalização no Canal da Galheta foi arrastada pelo mar até Matinhos. A medida foi adotada para garantir a segurança da navegação. Ainda não existe previsão de quando a navegação voltará ao normal.

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