Marcha pra erva legal

Grupo faz marcha em Curitiba pela legalização da maconha

Pelo sétimo ano consecutivo, no último domingo de maio, foi marcado pela 7.ª Marcha da Maconha pelo centro de Curitiba. O movimento organizado pelas redes sociais tinha mais de 4 mil presenças confirmadas no Facebook e, pelos cálculos dos organizadores, cerca de 600 pessoas integraram a mobilização, mesmo sob chuva, durante boa parte do percurso que iniciou às 13h, na Boca Maldita, e seguiu por mais de quatro horas até o Palácio Iguaçu e, por fim retornar à região central.

Uma das organizadoras, a estudante Natália, 22 anos, acredita ser questão de tempo a liberação da maconha. “Este ano tivemos grande avanço com o aspecto do uso medicinal da planta e a marcha vai continuar até liberar”, avisa. Para ela a criminalização da droga provoca distorções, principalmente, no que envolve a diferenciação entre usuários e traficantes. “Se a pessoa estiver portando pequenas quantidades no Uberaba é tratada como traficante, mas se for no Batel é usuária”, compara. Segundo os manifestantes, essa distorção colabora para que 60% das vagas em penitenciárias e delegacias ocupadas por mulheres e 40% das vagas ocupadas por homens sejam por conta da maconha.

Liberadas

Vestindo uma camiseta com a sugestiva mensagem “Tudo muda”, em referência à muda da maconha, Natália contesta a proibição do consumo de maconha e a liberação de álcool e cigarros. “Todos sabem que os efeitos da cerveja e do cigarro são bem mais danosos, só que são permitidos, é muito incoerente”.

Também uniformizadas com a mensagem “Tudo muda”, as estudantes Laís, 19 anos, e Ingredi, 20 anos, defenderam que a substância serviu de cura para diversos males. “A maconha salvou minha vida. Antes eu tomava 10 remédios, entre ritalina e fluoxetina, para combater a depressão”, defende Laís. Ingredi conta que há quatro anos a mãe dela usa a maconha com a mesma finalidade.

Uso medicinal

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estuda mudar, até o fim do mês que vem, o processo de importação de medicamentos com “canabidiol”, encontrado na maconha, que segundo estudos científicos pode ser usado para tratar doenças, entre elas, neurológicas. Se a decisão for aprovada, qualquer brasileiro com prescrição médica poderá entrar no país de maneira legal com o produto, ou recebê-lo por encomenda.