Greve de peritos do INSS não tem prazo para acabar

Os médicos que realizam as perícias nas agências do INSS em todo o País vão continuar em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada pela Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência -(ANMPP), que estima em 90% a adesão nacional da categoria. No Paraná, 80% dos médicos estão em greve, segundo o presidente da Associação Estadual dos Médicos, Chil Zunsztem. Com a paralisação, aproximadamente 370 pessoas ficam sem atendimento por dia. Em Londrina, o panorama não é diferente. Segundo a assessoria do INSS, a greve atingiu também agências de Cascavel, Pato Branco, Telêmaco Borba e Maringá.

“Nove médicos que são credenciados no INSS estão realizando as perícias nas agências do interior, mas a demanda de pacientes é enorme. Tem consultas que estão sendo marcadas para janeiro e fevereiro. Hoje, na capital, estamos realizando as perícias com três médicos credenciados, e a preferência nos atendimentos é para aqueles que deram a entrada e farão a perícia pela primeira vez. Os que estão vindo pela segunda vez para fazer a perícia, terão que aguardar por um tempo maior”, explica a assessoria.

Os médicos suspenderam as atividades em todo País a partir do último dia 3, deixando de fazer 35 mil perícias por dia, de acordo com a ANMPP. A categoria reivindica a estruturação da carreira de perito e a realização de concurso público para que ocorra o fim da terceirização do trabalho de perícias médicas no INSS.

“A perícia médica no Brasil chegou ao fundo do poço. Nós estamos tentando criar um acordo com o governo para que as propostas apresentadas sejam levadas em conta. Queremos resolver logo o assunto para que as perícias voltem a ser realizadas. Há dez anos não ocorre um reajuste no nosso salário, e as negociações vêm se arrastando há muito tempo. Agora, alguma medida tem que ser tomada”, afirma.

Demora

Enquanto a greve continua, as consultas com os médicos credenciados continuam sendo marcadas. José Antônio Cordeiro, de 46 anos, motorista de caminhão, chegou à agência da capital às 8h e até as 15h30 ainda esperava para marcar uma consulta. “Sofri um acidente de moto e quebrei a clavícula. Estou sem condições de trabalho e preciso realizar a perícia, mas o problema é a demora no atendimento”, reclama. Roseli Bonfim, de 48 anos, dona de casa, esperava pelo atendimento por mais de quatro horas. “Cheguei na agência às 11h e ainda não consegui uma data para realizar a perícia. Acabo perdendo o dia inteiro, pois ainda tenho que cuidar da casa. Já temos uma senha para podermos ser atendidos, mas pelo jeito a consulta só vai acontecer no ano que vem”, lamenta.

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