Grande carinho pelos brasileiros

Uma das principais recordações trazidas por Azevedo após um ano no Haiti é o carinho que o povo de lá tem pelo Brasil. De acordo com ele, a relação dos haitianos com os oficiais brasileiros é muito mais próxima em relação a dos soldados de outro país. “A principal referência deles do Brasil é o futebol. Ao andar pelas ruas de Porto Príncipe é muito fácil encontrar imagens de Ronaldinho e Kaká pintadas nos muros da cidades”, diz.

Além do futebol, a atenção dedicada dos oficiais brasileiros aos cidadãos haitianos fez com que a relação entre as duas partes se estreitasse. “Por sermos, de certa forma, parecidos, essa proximidade acontecia naturalmente. Os brasileiros são muito bem quistos lá e eles nos tratam diferente, com mais carinho”, conta.

Dia a dia

O tenente Azevedo morou durante o ano que passou lá numa casa alugada com mais dois brasileiros. Apenas oficiais do exército moram em vilas militares e acampamentos mais organizados. O aluguel era bancado pelo integrante da casa e custava nada mais, nada menos do que 2,5 mil dólares. “Ficava mais ou menos 800 dólares por pessoa”

A carga de trabalho também era intensa. Azevedo afirma que o expediente não durava menos que oito horas e trabalhava-se diariamente, com pouquíssimas folgas. O oficial conseguia durante o ano de missão no Haiti vir duas vezes pro Brasil. “Essas folgas eram fundamentais, pois conseguir matar a saudade do meu filho de um ano. Quando estava no Haiti tínhamos contato pela internet, mas a tecnologia aproxima, mas não supre”, revela.