As quase 400 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não devem ser retirados mediante força policial da Fazenda Água da Prata, em Querência do Norte. Segundo o advogado Darci Frigo, da ONG Terra de Direito, a reunião realizada ontem pela manhã na Secretaria Estadual de Segurança Pública, em Curitiba, pode ter surtido algum efeito. “O melhor caminho é a negociação, mediada pelo Incra. Mesmo porque o envio da polícia ao local é temerário”, alertou Frigo.

Segundo ele, integrantes do MST apresentaram ontem petição à Justiça de Loanda, solicitando prorrogação de prazo. A juíza da Comarca de Loanda, Elisabete Khater, informou, no entanto, não ter recebido qualquer petição por parte do MST. Na quinta-feira passada, ela concedeu prazo de cinco dias para o movimento deixar a fazenda. O prazo termina hoje.

“A Água da Prata é um caso perdido. O pessoal nunca vai deixar de ocupar a área, porque existe uma regra: quando é assassinado alguém (no caso Sebastião da Maia, em novembro de 2001), ou os proprietários entregam a área ou o MST vai ocupar sempre. Eles vão pleitear até o fim”, afirmou Frigo.

Quedas do Iguaçu

Em Quedas do Iguaçu, município onde cerca de mil integrantes do MST ocuparam a frente do Fórum na segunda-feira, a expectativa era que o grupo levantasse acampamento ontem no início da noite. Segundo o juiz Leonardo Ribas Tavares, o movimento falava em deixar o local caso ele aceitasse atender a Ouvidoria Agrária Nacional. Ontem no final da tarde, o juiz recebeu um fax do ouvidor agrário nacional e presidente da Comissão Especial de Combate à Violência no Campo, Gercino José da Silva Filho, solicitando audiência, de preferência no próximo dia 20 ou 21. O juiz afirmou que tentaria agendar a audiência para o próximo dia 19.

A manifestação dos sem-terra em Quedas do Iguaçu é por conta da prisão de cinco integrantes do MST e pedido de prisão preventiva de outros quatro. Eles são acusados de formação de quadrilha, roubo qualificado e corrupção de menores.

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