Pode parar tudo

Governo não repassou aos municípios verba para transporte escolar

Prefeitos decidiram esperar uma reunião do Comitê Estadual sobre Transporte Escolar, na semana que vem, para tomar ou não uma medida enérgica sobre a obtenção de recursos para o transporte escolar dos estudantes da rede estadual de ensino. Até agora o governo do Paraná não repassou a verba para o serviço aos municípios. Dependendo da reunião, as prefeituras podem promover uma paralisação de um dia. Também é cogitada uma ação judicial para reaver gastos com o transporte escolar de responsabilidade do Estado.

Em Foz do Iguaçu, na região oeste do Estado, o transporte escolar foi retomado ontem (18) para alunos das escolas estaduais após nove dias de paralisação. O serviço foi reestabelecido após decisão judicial. Os alunos da rede municipal não foram afetados. Foi o único município que optou pela suspensão.

“Eles (governo) estão jogando culpa na planilha, com questionário com o número de alunos em cada município, para calcular o valor do repasse. Eles fizeram o mesmo no ano passado e o algoritmo ficou pronto em setembro. Por que não pagar fevereiro com base na planilha do ano passado? Se for a mais, desconta na próxima. Se for menos, completa”, afirmou o prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo Mac Donald, que participou ontem de uma reunião sobre o assunto na Associação dos Municípios do Paraná (AMP).

De acordo com ele, os municípios são vulneráveis juridicamente quanto aos gastos com o transporte escolar estadual. Foz do Iguaçu deve recorrer à Justiça para tentar resolver a situação. No ano passado, a prefeitura gastou R$ 1,4 milhão com o serviço e recebeu R$ 330 mil em dezembro. Outros R$ 670 mil foram repassados posteriormente e ficou um déficit de R$ 400 mil.

O governo estadual informou que vai aumentar o repasse de R$ 58 milhões (feito em 2011) para R$ 80 milhões neste ano. Outros R$ 22 milhões devem ser repassados pelo Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnat). Mas ainda faltariam R$ 20 milhões para atingir o montante necessário para cobrir todas as despesas, segundo a AMP. “Os prefeitos querem o diálogo. Queremos recompor os cálculos do transporte escolar e saber como os R$ 80 milhões serão distribuídos. O que dói nos municípios é continuar tirando dinheiro para o que é de responsabilidade do Estado”, explica o presidente da AMP, Gabriel Samaha, prefeito de Piraquara. A Secretaria de Estado da Educação não respondeu quando serão feitos os repasses.